Israel levanta obrigatoriedade de uso de máscara no exterior

por Inês Moreira Santos - RTP
Abir Sultan - EPA

Com mais de metade da população vacinada contra a Covid-19, o uso de máscara deixou de ser obrigatório ao ar livre, a partir deste domingo, em Israel. A medida, integrada no quadro do levantamento progressivo das restrições de combate à pandemia, foi anunciada na última semana pelo ministro israelita da Saúde, Yuli Edelstein, que salientou o baixo nível de mortalidade registado no país.

Em 2020, Israel foi dos primeiros países a impor o uso de máscara obrigatório nos espaços exteriores, mas agora, passado um ano, começa a voltar à normalidade. Com cerca de 54 por cento da população vacinada, o Estado hebraico dá um novo passo no levantamento de restrições e, a partir deste domingo, não é obrigatório usar máscara de proteção na rua.

"As máscaras são usadas para nos proteger da pandemia do novo coronavírus. Mas, como os especialistas concluíram que a máscara não era necessária ao ar livre, decidi retirar [a obrigação de usar] a máscara", anunciou o ministro da Saúde, na passada quinta-feira.

"O nível de morbilidade em Israel é muito baixo graças à nossa campanha de vacinação bem-sucedida e, portanto, podemos relaxar mais restrições", justificou ainda.

Embora já não seja obrigatório usar proteção facial ao ar livre, na rua e em espaços abertos com poucas aglomerações de pessoas, continua a ser exigido o uso de máscara em espaços públicos fechados. As autoridades de saúde continuam, por isso, a apelar aos cidadãos a que mantenham os cuidados e tenham sempre uma máscara à mão.

Em entrevista ao Haaretz, o médico e Professor Nachman Ash afirmou que "o grande desafio" agora será garantir que as máscaras sejam usadas em espaços fechados.

"Espero que possamos contar com vocês para manter uma máscara no bolso e usá-la quando for necessário", acrescentou.
Regresso às aulas presenciais
Outra das medidas anunciadas na semana passada e que entra em vigor este domingo é a abertura das escolas e o regresso às aulas a tempo integral dos alunos da primária ao Ensino Secundário, que continuavam com ensino à distância enquanto as cresches já tinham retomado atividade.
As aulas são, portanto, retomadas seis dias por semana, presencialmente e sem limitações de circulação de professores, auxiliares ou alunos.

As aulas de educação complementar, como o apoio a novos imigrantes, também vão ser retomadas integralmente, assim como os programas extracurriculares disponíveis para crianças da pré-escola e da primária, avança o Jerusalem Post.

No entanto, o regresso à normalidade nas instituições de ensino foi planeada sob um modelo de intervenção mais rígido para garantir o controlo de surtos - o programa de Educação Defensiva "Ajustada" - com mais testagem nas escolas e atuação imediata quando surgir um caso de Covid-19 em ambiente escolar.

As escolas continuam a ser obrigadas a manter as diretrizes do Ministério da Saúde, como usar máscara, ventilar as salas de aula e garantir que se mantém a maior distância possível entre alunos nas áreas comuns. Os estudantes deixam também de ser obrigados a usar máscara nos espaços abertos das escolas e nas aulas de Educação Física.

O Ministério da Educação de Israel afirmou, contudo, que as escolas devem continuar a incentivar os cuidados de higiene pessoal, a ventilação das salas de aula e a que se mantenha o distanciamento social o máximo possível durante os intervalos.

Apesar de o objetivo ser retomar a aprendizagem presencial a tempo integral em todo o país este domingo, se as escolas precisarem de mais tempo para se preparar, têm até dia 25 de abril para completar a transição.

Nesta fase, no entanto, só o Ensino Superior se mantém com aulas à distância.

"O tão esperado regresso ao ensino em tempo integral evoca uma série de emoções entre alunos, funcionários e pais", escreveu o Ministério da Educação numa carta que incluiu o novo modelo de ensino. "Por um lado, todos ansiavam pela rotina e por uma sensação de segurança e estabilidade. Por outro, o regresso à rotina vem acompanhado de medo das lacunas criadas, da distância ou mesmo da alienação".

"O medo do coronavírus, que ainda não deixou o mundo, também nos afeta a todos", continuou a mensagem. "É importante dar tempo para que todos se adaptem".

Neste sentido, o Ministério recomendou que se forneça apoio e espaço aos alunos, professores e funcionários escolares neste período de transição.

Nos finais de dezembro de 2020, Israel lançou uma ampla campanha de vacinação depois de um acordo com a gigante farmacêutica norte-americana Pfizer, que rapidamente distribuiu milhões de doses em troca de informações sobre os efeitos da vacinação, uma vez que o país possui bancos de dados sobre o histórico médico da sua população.

Com a vacinação em massa e a queda de novos casos de infeção nas últimas semanas, as autoridades decidiram reabrir restaurantes, bares e praias no início de março. E na quarta-feira passada, o Governo israelita divulgou um plano para permitir a entrada no país a turistas estrangeiros vacinados a partir de 23 de maio, mais de um ano após ter encerrado as fronteiras.
Tópicos
pub