Médicos moçambicanos queixam-se de falta de material de proteção

por Lusa

A Ordem dos Médicos de Moçambique e a Associação Médica de Moçambique queixaram-se hoje da falta de material de proteção para os profissionais de saúde face à covid-19, exigindo uma nova estratégia do Ministério da Saúde para a classe.

"Num inquérito feito a 139 médicos realizado pela Associação dos Médicos de Moçambique em virtude do surgimento da pandemia no país, constatou-se que mais da metade destes profissionais não tinha recebido material de proteção individual completo e adequado para as suas funções nos últimos sete dias. Esta situação é grave", refere um comunicado conjunto da Ordem dos Médicos de Moçambique e da Associação Médica de Moçambique.

Para as duas entidades, o recente falecimento, por covid-19, do médico Guilherme Mujovo, um dos assessores do ministro da Saúde, Armindo Tiago, que também esteve infetado, mostra a fragilidade do sistema de saúde no que diz respeito à proteção dos profissionais da área.

"Se o nosso Sistema Nacional de Saúde não conseguiu proteger um profissional de tamanha envergadura, o que vai ser dos jovens profissionais? O que vai ser da população que vive no limiar da pobreza?", acrescenta.

As duas entidades pedem que se tomem medidas urgentes para melhorar a situação dos médicos, lembrando a importância desta classe nos planos e estratégias para combater a pandemia.

"A sociedade moçambicana e as instituições deviam refletir sobre o serviço nacional de saúde que pretendemos construir", referem.

Desde março, Moçambique registou um total de 12.161 casos de covid-19, 88 óbitos e 9.254 (76%) pessoas dadas como recuperadas, segundo as últimas atualizações.

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