Paquistão retoma partidas de voos internacionais

por Lusa

O Paquistão retomará as partidas de voos internacionais a partir da meia-noite de hoje, mas manterá a suspensão de chegadas, depois de registar o maior número diário de mortes e infeções com o novo coronavírus, anunciaram as autoridades.

"De acordo com a decisão do Governo do Paquistão, todas as companhias aéreas domésticas e estrangeiras podem retomar as operações de voos de passageiros", disse a Autoridade de Aviação Civil do Paquistão, num comunicado.

A autoridade de aviação indicou, no entanto, que as restrições para chegadas de voos do exterior permanecem.

"Será necessária uma permissão especial do Governo do Paquistão para voos de passageiros que chegam do exterior, que serão decididos caso a caso", explicou a organização.

O Paquistão, com 207 milhões de habitantes, suspendeu todos os voos nacionais e internacionais em março, quando as autoridades impuseram um confinamento geral para travar a pandemia de covid-19, e retomaram parcialmente os voos nacionais no meio deste mês, antes da celebração do fim do Ramadão.

A decisão de permitir a saída de voos internacionais foi anunciada após o pior dia da crise sanitária, com 57 mortos e 2.636 infetados nas últimas 24 horas, segundo o ministro paquistanês da Saúde, Zafar Mirza.

Apesar do aumento de mortes e casos, o governante pediu calma à população.

"A situação está sob controlo. Apenas cerca de 18 a 20% dos ventiladores estão em uso no momento. A situação é um pouco mais séria nos hospitais das grandes cidades", disse o ministro.

Até agora, o país tem 1.317 mortes e 63.996 infeções confirmadas com o novo coronavírus.

As autoridades têm levantado muitas das medidas de contenção, nas últimas semanas, permitindo a abertura de lojas e de escritórios e deixando apenas instituições de ensino e restaurantes totalmente encerrados.

Mas as autoridades sanitárias já alertaram que, se as mortes e infeções continuarem a aumentar, o Governo poderá reimpor o confinamento.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados (mais de 2,7 milhões, contra mais de 2,1 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (quase 156 mil, contra mais de 176 mil).

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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