PIB registou "forte contração" no segundo trimestre do ano

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

O Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal registou, no segundo trimestre deste ano, "uma forte contração", com uma variação de -16,3% em termos homólogos e de -13,9% em cadeia. As estimativas foram divulgadas esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que melhorou a sua anterior estimativa. É, ainda assim, o pior desempenho trimestral da economia portuguesa de que há registo.

Refletindo o impacto económico da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração em termos reais no 2º trimestre de 2020, tendo diminuído 16,3% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior”, explica o INE.

“Estes resultados reveem em alta (0,2 pontos percentuais) as taxas de variação apresentadas no final do mês passado devido à integração de informação primária adicional, nomeadamente relativa ao comércio internacional de bens e serviços em junho”, acrescenta o instituto.

“Este resultado é explicado em larga medida pelo contributo negativo (-11,9 pontos percentuais) da procura interna para a variação homóloga do PIB, consideravelmente mais acentuado que o observado no trimestre anterior (-1,2 pontos percentuais), refletindo a expressiva contração do Consumo Privado e do Investimento”.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, “o contributo da procura externa líquida foi mais negativo no 2º trimestre (-4,4 pontos percentuais), traduzindo a diminuição mais significativa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços, devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes”.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2020, “o PIB diminuiu 13,9% (variação em cadeia de -3,8% no trimestre anterior)”, aponta o INE. “Este resultado é também explicado principalmente pelo contributo negativo (-10,7 pontos percentuais) da procura interna para a variação em cadeia do PIB, verificando-se também um maior contributo negativo da procura externa líquida (-3,2 pontos percentuais).”
PIB da zona euro e UE com maiores quebras de sempre
As economias da zona euro e da União Europeia (UE) registaram, no segundo trimestre do ano, os maiores recuos de sempre, tanto na comparação homóloga quanto na trimestral, devido às consequências da pandemia da covid-19, divulga o Eurostat.

Segundo uma estimativa rápida do gabinete estatístico da UE, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro recuou 15,0% face ao segundo trimestre de 2019 e 12,1% na comparação com os primeiros três meses do ano.

O PIB da UE, por seu lado, caiu 14,1% na comparação homóloga e 11,7% em cadeia.

Trata-se, em ambas as zonas e variações, da maior quebra desde o início das séries temporais, em 1995.

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