Promotores lançam campanha para mostrar que a Cultura é segura

por Lusa

A Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) lançou hoje uma campanha que visa sensibilizar as pessoas para a segurança dos espaços culturais em tempos de pandemia da covid-19.

Num comunicado hoje divulgado, a APEFE refere que lançou a campanha `#ACULTURAÉSEGURA` "com o objetivo de sensibilizar a opinião pública para o facto de que continua a ser seguro confiar na Cultura e nos seus profissionais".

Além disso, através da campanha, a APEFE apela para que, "em segurança e com responsabilidade, o público continue a ir a espetáculos e museus", garantindo que "as regras de segurança tem sido uma prioridade absoluta desde a reabertura dos equipamentos culturais".

De acordo com aquela associação, que cita dados da Inspeção-Geral das Atividades Culturais, desde 01 de junho, data a partir da qual as salas de espetáculos puderam reabrir, no âmbito do `Plano de Desconfinamento` do Governo, "já se realizaram mais de 12 mil atividades culturais e não existe registo de um qualquer procedimento menos adequado".

"O sector orgulha-se de cumprir com o máximo rigor todas as regras estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e, dessa forma, tem provado que é possível manter a atividade e a segurança de todos, dentro do atual quadro em que vivemos", refere a APEFE.

A associação garante que, "com regras e cuidados especiais, os espaços culturais são seguros". "Graças ao voto de confiança que o público tem dado, foi e continuará a ser possível proporcionar a experiência única que são as formas culturais ao vivo", lê-se no comunicado.

A campanha `#ACULTURAÉSEGURA`, segundo a APEFE, "está a ser veiculada por diversas figuras públicas de diferentes áreas do sector cultural".

Portugal Continental entrou às 00:00 de quinta-feira da semana passada em situação de calamidade, devido ao aumento do número de casos de covid-19, com novas regras restritivas para travar a expansão da pandemia. A situação de calamidade vai manter-se, pelo menos, até 31 de outubro, altura em que o Governo fará uma reavaliação.

Apesar disso, as normas em relação à realização de espetáculos mantêm-se inalteradas, como confirmou à Lusa fonte oficial da IGAC.

"Em relação às normas contidas na orientação da DGS n.º 028/2020 para a realização de espetáculos em equipamentos culturais, não temos conhecimento de qualquer alteração, mantendo-se a mesma ativa no site da DGS, sendo que a resolução do Conselho de Ministros, publicada no passado dia 14 de outubro, mantém intacta a redação anterior relativamente aos eventos culturais, observando-se as regras definidas na citada orientação", lê-se numa resposta da IGAC enviada à agência Lusa.

Apesar disso, na semana passada foram cancelados espetáculos ao vivo por algumas autarquias, algo que a APEFE considerou ter acontecido sem "qualquer fundamento".

"Desde 01 de junho é possível fazer espetáculos ao vivo em Portugal, de acordo com as normas da DGS, o que tem acontecido de forma exemplar. O que está a acontecer nestes últimos dias é que algumas autarquias pedem pareceres aos delegados de saúde locais, que dão pareceres negativos, e as autarquias cancelam os espetáculos, na nossa opinião sem qualquer fundamento", afirmou Sandra Faria, da APEFE, em declarações à Lusa, na sexta-feira.

Para a dirigente da APEFE, "estas situações só trazem contaminação a outras autarquias, desinformação da opinião pública, crescimento de medos e receios sem qualquer tipo de fundamento e sem sentido".

"O Governo já está a par desta situação, mas são as autarquias que definem estes cancelamentos quando são promotores desses espetáculos e desses eventos. Se for um promotor privado, já a autarquia não pede parecer ao delegado de saúde pública", explicou.

Sandra Faria insistiu que "é um exemplo que não faz sentido". "Há uma lei, há regras estipuladas, há um guia de boas práticas, há um guia de segurança. Todas as salas estão a cumprir. Porquê isto agora?", questionou.

A dirigente da APEFE salientou que "as pessoas irem a uma sala de espetáculos, ou a um recinto que está com as normas" aplicadas, "é mais seguro do que ir a um supermercado".

"Todos tivemos de nos adaptar a estas novas regras de funcionamento, que têm sido exemplares nas atividades culturais", disse.

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