Restrições na passagem de ano. Turismo teme o pior

por RTP
Setor do turismo foi fortemente atingido pela pandemia de Covid-19 Reuters

O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que no sábado anunciará as medidas para o Natal "com as melhores condições possíveis". Mas António Costa avisou logo que "a passagem do ano vai ter todas as restrições". Palavras que os empresários do turismo temiam.

Em entrevista à rádio Observador, o primeiro-ministro disse que o "Governo propôs ao Presidente da República, e o senhor Presidente da República aceitou que desta vez, quando anunciarmos a renovação do estado de emergência, possamos anunciar não só as medidas para a próxima quinzena como as medidas para a quinzena seguinte, ou seja, até 6, 7 de janeiro".

"É fundamental que as pessoas possam ter uma noção antecipada do que vai ser o Natal", sendo esta semana decisiva para a decisão sobre essas medidas, que irá anunciar no próximo sábado. "Vamos todos fazer o esforço para podermos ter o Natal com as melhores condições possíveis, mas logo a seguir, há uma coisa que posso antecipar desde já, é que a passagem do ano vai ter todas as restrições porque aí não pode haver qualquer tipo de tolerância", avisou.

Palavras que deitaram por terra a esperança que o setor da hotelaria ainda tinha para recuperar um pouco deste ano catastrófico. 

Perante as afirmações do primeiro-ministro, o Presidente do Turismo Centro de Portugal, em declarações à Antena 1, disse temer o pior.

Pedro Machado acredita que as reservas feitas para os hotéis serão canceladas devido às restrições para aquele período.

As medidas concretas só serão anunciadas no próximo sábado, pelo Governo, mas é esperado um impacto considerável no sector da hotelaria.

Ainda na entrevista ao Observador, António Costa deixou claro que este "não vai poder ser um Natal normal", estando o Governo a trabalhar com os especialistas para que estes ajudem "as famílias a poder compreender bem a lógica de transmissão dos vírus e o que é necessário evitar o mais possível".

"Quanto mais o Natal for à mesa, mais perigoso é porque à mesa nós estamos sem máscara. Quanto mais pessoas estiverem à mesa mais perigoso é porque maior é o risco de contaminação", exemplificou.


Assim, a lógica do chefe do executivo é "o máximo de pedagogia e o mínimo de regras".

"O nosso objetivo coletivo devia ser que nos dias 24 e 25 as pessoas pudessem deslocar-se e se pudessem encontrar em segurança, evitando ao máximo os riscos de contágio", disse, reiterando o esforço "para encontrar uma solução" para o Natal.

No entanto, e apesar de ir anunciar já no sábado as medidas para o Natal, Costa deixou um aviso: "tudo depende de como a pandemia evolui até lá".

C/ Lusa
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