Task-force, reserva de medicamentos e uso de máscara. O Plano da Saúde da DGS para o Outono-Inverno
O Plano da Saúde da DGS para o Outono-Inverno prevê a criação de uma task-force de resposta não-Covid-19, o reforço de stocks e a reserva estratégica de medicamentos e equipamentos médicos, e ainda o uso de máscara em qualquer espaço onde não possa ser garantido o distanciamento de dois metros entre pessoas. O documento de 58 páginas foi divulgado esta segunda-feira e pretende "preservar vidas" e "proteger os mais vulneráveis" na estação que está prestes a chegar.
Para além do surgimento da gripe sazonal e de outras infeções respiratórias, a DGS diz ser expectável um “aumento da incidência” da pandemia a nível nacional, pelo que, “agora, torna-se essencial preparar a nova fase de resposta dos serviços de saúde para os desafios adicionais que os próximos meses irão colocar”.
Entre as medidas propostas pela Direção-Geral da Saúde está a constituição, a nível nacional, de "uma task-force de resposta não-Covid-19", formada por elementos de cada ARS e na dependência do Ministério da Saúde.
Essa task-force poderá “contribuir para apoiar soluções e enfrentar os desafios identificados para o Outono-Inverno, designadamente na resposta assistencial, contribuindo para a melhoria da qualidade e segurança do SNS”.
Será ainda da responsabilidade da task-force “definir critérios de seleção dos utentes cujo seguimento possa ser assegurado, pelo menos parcialmente, por teleconsulta e telemonitorização”.
Isabel Cunha - Antena 1
A utilização de máscara continuará a ser obrigatória para pessoas com mais de dez anos de idade em espaços públicos fechados, mas a DGS recomenda ainda o seu uso “em qualquer espaço aberto ou fechado sempre que não esteja garantido o distanciamento físico mínimo de dois metros”.
Para garantir a segurança de todos, a Direção-Geral da Saúde aconselha também o reforço de stocks e reserva estratégica de medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual e testes laboratoriais nas unidades de saúde do SNS.
A resposta aos desafios da próxima estação passa, assim, por três “domínios estratégicos”, cada um composto por “ações concretas”:
1. Resposta ao risco sazonal, incluindo Covid-19:
- Reforçar a resposta em saúde pública, especialmente em situações de surtos;
- Planear a vacinação contra a gripe e contra a Covid-19, logo que a vacina esteja disponível;
- Adaptar as atuais Áreas Dedicadas à Covid-19 em Áreas Dedicadas aos Doentes Respiratórios e os circuitos de internamento hospitalar para diferentes fases da resposta;
- Adaptar a estratégia nacional de testes laboratoriais para SARS-CoV-2 face à epidemia de gripe;
- Reforçar os stocks e manter a reserva estratégica de medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual e testes laboratoriais;
- Consolidar o plano de intervenção em estruturas residenciais para idosos;
- Aprofundar as ações intersectoriais e a coordenação com parceiros.
2. Manutenção da resposta não-Covid-19:
- Formalizar a task-force de resposta não-Covid-19;
- Maximizar a resposta nos cuidados de saúde primários, com atendimento presencial, não-presencial e domiciliário.
- Reforçar as respostas de proximidade, incluindo dispensa de medicamentos;
- Maximizar a resposta nos hospitais através de maior articulação com cuidados de saúde primários, incluindo o encaminhamento de situações não urgentes;
- Incentivar a cirurgia eletiva e de ambulatório com avaliação pré-operatória em modelo drive-through;
- Definir unidades hospitalares “Covid-19 free”;
- Continuar a expansão da hospitalização domiciliária.
3. Literacia e comunicação:
- Disseminar e reforçar o cumprimento das medidas de prevenção e controlo por toda a população;
- Divulgar medidas do Plano da Saúde para o Outono-Inverno 2020-21;
- Incentivar à utilização da app StayAway Covid;
- Promover o contacto através do SNS24.
A Direção-Geral da Saúde salienta que este “não se trata de um documento fechado e será alvo de revisão e atualização bimestral, de forma a acompanhar a evolução epidemiológica” do país.
A construção do plano contou com a colaboração de meia centena de peritos das áreas da saúde, da ciência e da comunicação, bem como de instituições do Ministério da Saúde.
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