Vacina da Moderna impede desenvolvimento grave de Covid-19 a 100%

por RTP
Dado Ruvic - Reuters

A farmacêutica norte-americana anunciou esta segunda-feira que os resultados finais dos testes da vacina contra a Covid-19 confirmam 94 por cento de eficácia geral e 100 por cento em casos graves. Não houve ainda registo de qualquer doença grave desenvolvida na sequência desta imunização. A empresa deu início ao processo de aprovação junto das entidades europeias e norte-americanas.

Em comunicado, a Moderna revela que os resultados finais dos testes à vacina contra a Covid-19 comprovam uma eficácia de 94,1 por cento, sendo que a eficácia chega aos 100 por cento quando se trata de casos graves.

Os testes em causa incluiram 196 participantes com casos confirmados de Covid-19, incluindo 30 casos graves.

A farmacêutica acrescenta ainda que a "eficácia da vacina foi consistente no que toca à idade, raça, etnia e género".

Os 196 casos incluíram adultos mais velhos (com mais de 65 anos) e "42 participantes que se identificaram como sendo de comunidades diferenciadas".

Acrescenta ainda que a vacina "continua a ser geralmente bem tolerada, não havendo registo de casos com efeitos graves identificados até à data".
Autorização de emergência
Com estes resultados, a Moderna vai pedir ainda hoje autorização de emergência à Food and Drug Administration (FDA), nos EUA. A farmacêutica norte-americana espera que os resultados destes testes sejam considerados na reunião do Vaccines and Related Biological Products Advisory Committee (VRBPAC), que se realiza a 17 de dezembro. 

De igual forma será ainda hoje pedida uma autorização de emergência à Agência Europeia do Medicamento (EMA). Nos próximos dias a Moderna pretende avançar com o procedimento de registo junto da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar dos rápidos avanços, esta vacina deverá chegar em primeiro lugar ao mercado norte-americano. A Moderna recebeu 2,48 mil milhões de dólares de fundos federais dos Estados Unidos como parte da Operação Warp Spped, da Administração Trump.

Esta farmacêutica já tem contratos assinados em várias partes do mundo para o fornecimento da vacina, mas só os Estados Unidos deverão ter disponíveis 20 milhões de doses até ao final de 2020.

Em agosto, os Estados Unidos compraram um total de 100 milhões de doses, com opção de compra de mais 500 milhões. A Moderna garante que irá fabricar entre 500 milhões e mil milhões de doses a nível global durante o próximo ano.

Esta é a terceira vacina a passar da última fase de testes após os resultados revelados pela Pfizer e AstaZeneca/Universidade de Oxford. Sabe-se para já que a vacina da Pfizer necessita de temperaturas muito baixas para ser armazenada (na ordem dos -70 a -80ºC), enquanto que a vacina da Moderna tolera temperaturas menos exigentes, mas apresenta um custo muito elevado, limitando a sua universalidade.

Já a vacina britânica da Universidade de Oxford apresenta uma eficácia inferior - 70 por cento - mas é mais acessível a nível de preço e não necessita de temperaturas tão reduzidas.
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