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A Ásia de Paul Theroux e o "Breviário Mediterrânico" abrem nova coleção da Quetzal

por Lusa

Lisboa, 18 fev (Lusa) -- A editora Quetzal apresentou hoje, em Lisboa, uma nova coleção, "Terra Incógnita", dedicada à literatura de viagens, que abre, em março, com a reedição de dois títulos, "O Grande Bazar Ferroviário" e "Breviário Mediterrânico".

O editor da Quetzal, Francisco José Viegas, destacou "a edição cuidada", referindo que "as guardas dos livros terão o mapa dos sítios referenciados na narrativa, e em todas as badanas aparecerá o poema inspirador `Terra Incógnita`, de D.H. Lawrence".

Francisco José Viegas realçou também o design da coleção, ao qual se referiu como "de um grande rigor gráfico e minimalista".

Todos os livros são precedidos de um texto de autoria de Francisco José Viegas e, até ao verão, sairão dois títulos por mês, disse o editor.

"O Grande Bazar Ferroviário", do norte-americano Paul Theroux, relato de uma grande e inaudita viagem pelos caminhos-de-ferro da Ásia, quando China e URSS se fechavam ao ocidente, foi originalmente editado em 1975, cerca de 30 anos antes da primeira tradução em Portugal, em 2008, tendo na ocasião o autor decidido acrescentar-lhe "um luminoso prefácio", nas palavras de Viegas, que acompanha a nova edição.

O escritor e editor português afirma que Theroux é o "responsável pela reinvenção da literatura de viagens no nosso tempo, transformando-a num género próprio e plural, conferindo-lhe não apenas dignidade, mas também intensidade".

A obra foi traduzida para português por José António Freitas da Silva e, segundo Viegas, foi com "O Grande Bazar Ferroviário" que o autor norte-americano, nascido em 1941, em Medford, no Estado do Massachussets, iniciou "uma longa viagem à volta do mundo, sem `concessões turísticas`, nem cedência ao luxo que frequentemente confundimos com comodidade".

O outro título, "Breviário Mediterrânico", de Predrag Matvejevitch, traduzido pelo poeta Pedro Tamen, inclui, além do texto de apresentação de Francisco José Viegas, uma introdução do escritor Cláudio Magris, "Para uma Filologia do Mar", e um posfácio do ensaísta Robert Bréchon, "Cenas de um Mundo Terráqueo".

Este título saiu originalmente em 1987, e, segundo Viegas, nele o autor "leva-nos através dos estuários e portos (continentais e insulares), pequenos mares que fazem de reservatórios comunicantes (do mar Tirreno ao Adriático e ao Jónico, do Egeu ao Mármara), ilhas grandiosas e golfos inconstantes e orgulhosos, religiões e fronteiras", da bacia do Mediterrâneo.

O autor, nascido em 1932 em Mostar, atual Bósnia-Herzegovina, leva ainda o leitor por "rios, escarpas, constelações, cores, deuses, batalhas navais, texturas da terra e dos rochedos", assim como por "cidades, ventos, pesos e medidas, rotas terrestres ou perdidas no fundo do mar, mapas, horrores e itinerários das línguas ou da gastronomia".

Nesta obra, o autor traça a "biografia do Mediterrâneo", "tão grave quanto romântica".

Segundo Viegas, "a paixão pelo mar atravessa todo o livro de Matvejevitch, transformando-o num clássico de todas as bibliotecas e num preciso instrumento para acompanhar em todas as viagens pelo Mediterrâneo".

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