Congresso será "pedra angular" para candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura

por Lusa

O encerramento do congresso "O futuro da nossa cidade", nos dias 23 e 24 de outubro, será a "pedra angular" da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027, afirmou hoje o coordenador do Grupo Executivo Rede Cultura 2027.

Em Leiria, no espaço Moinho do Papel, com o rio Lis como "banda sonora", Paulo Lameiro apresentou o programa dos dois dias finais do congresso, que arrancou em 09 de maio com sessões `online` e que encerra este mês, em Leiria e Caldas da Rainha, com François Matarasso, José Tolentino Mendonça, Alexandre Quintanilha ou The Gift, entre outros convidados.

"É deste congresso que vai sair a matriz para a candidatura. As ideias que estão a ser apresentadas no congresso, alguns dos projetos que estão em curso, estão a construir a matriz que, depois, a equipa de programadores que vai construir a proposta final terá em conta", explicou o coordenador, considerando as sessões presenciais dos dias 23 e 24 como "a pedra angular da candidatura".

Reformulado devido à pandemia, o congresso da Rede Cultura 2027 já promoveu 18 sessões em diversos municípios do território da candidatura, envolvendo "mais de 80 oradores" que resultaram em transmissões `online` com "mais de 120 mil visualizações".

Agora, é o momento de "uma nova fase da candidatura", com o congresso que vai permitir "abrir à comunidade o trabalho" realizado "muito cirurgicamente" ao longo dos últimos meses.

"Há projetos com museus, bibliotecas e teatros que ainda não são muito visíveis", explica Paulo Lameiro, comparando a candidatura de Leiria a "uma renda de bilros".

"Olhada com os meus olhos, parece um simples lençol, mas quando se utiliza uma lente, são bilros, preciosidades que se estão a tecer em cada um destes territórios". Lameiro diz que tem encontrado "energias extraordinárias" e "municípios ávidos e desejosos de que esta rede se constitua".

João Bonifácio Serra, presidente do Conselho Estratégico da Rede Cultura 2027, vê o congresso como "um ensaio e uma antecipação da própria candidatura", porque procura "fazer território a partir da cultura".

Lembrando Milão ou Nova Iorque, "grandes cidades que parecem menos capacitadas para resistir a uma crise que pôs à prova a resistência coletiva", Bonifácio Serra vê no envolvimento dos 26 municípios da candidatura de Leiria "a demonstração de que os territórios policêntricos estão mais bem preparados para resistir à crise".

A par disso, a candidatura de Leiria revela-se "completamente diferente de todas as outras".

"Não resulta de uma encomenda a uma entidade", modelo "normal na Europa e em Portugal", mas sim do compromisso entre 26 municípios e outras instituições, que "querem construir uma candidatura pelas suas próprias forças, com os seus próprios saberes e com as suas competências".

Já o presidente da Câmara de Leiria acredita que a iniciativa está "no bom caminho para ser mobilizadora e inspiradora".

"É uma candidatura de base regional e extremamente ambiciosa. Alguns poderão dizer que é ambiciosa demais pelo tamanho do território, mas na cultura não há limites. Temos condições muito fortes para poder marcar a diferença do nosso país no contexto europeu em 2027", concluiu Gonçalo Lopes. 

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