Dezasseis mil refeições diárias servidas em Viseu durante o Europeade

por Lusa

Quase 16 mil refeições diárias serão servidas durante o Europeade, um festival de etnografia e folclore que arranca na quarta-feira, em Viseu, e que conta com a participação de cerca de 5.400 pessoas de 24 países europeus.

Todos os conteúdos da 55.ª edição do Europeade -- que decorrerá até domingo - são da responsabilidade da organização internacional, cabendo ao município de Viseu o acolhimento do evento e toda a organização local, ao nível da segurança, dos transportes, do alojamento, das refeições e da preparação da cidade.

No que respeita à alimentação, "há toda uma logística preparada para o efeito, assegurada por duas empresas da especialidade", e serão servidas quase 16 mil refeições diárias, explicou à agência Lusa o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Viseu, Jorge Sobrado.

"O pequeno-almoço será servido nos próprios locais de alojamento. Já as refeições de almoço e jantar serão servidas em quatro espaços, nas escolas com maior dimensão", nomeadamente nas escolas secundárias Emídio Navarro, Alves Martins e Viriato, e na Escola Superior de Tecnologias de Gestão, referiu.

Jorge Sobrado disse que "houve naturalmente a preocupação em valorizar pratos tradicionais portugueses, como o bacalhau e o rancho à moda de Viseu", mas os participantes poderão também comer "refeições vegan, vegetarianas, sem glúten ou lactose".

Serão 20 os locais de alojamento, predominantemente escolas do concelho, "para além dos hotéis que muitos participantes e acompanhantes procuraram", acrescentou.

Vinte pessoas, sobretudo colaboradores do município e da Viseu Marca, têm estado em permanência a organizar o festival, nas áreas da gestão, da programação, da comunicação, da logística e equipamentos e das tecnologias de informação.

"O `staff` de montagens, todavia, dispõe de um contingente de 50 pessoas, variável em função das fases de preparação do evento, mas que trabalha nestes últimos dias em permanência", referiu Jorge Sobrado.

Durante o festival, os vários grupos terão o apoio de voluntários, num total de 365, de 13 nacionalidades.

Segundo o vereador, estes voluntários são "predominantemente jovens, mas também adultos em idade ativa e seniores motivados em viver uma grande experiência por dentro".

Os voluntários são sobretudo portugueses, mas encontram-se também "nacionalidades tão distintas como Moldávia, Polónia, Roménia, Letónia, Hungria, Cabo Verde e Brasil", num "verdadeiro `melting pot` (caldeirão) cultural", acrescentou.

Jorge Sobrado explicou que "a principal missão destes voluntários prende-se com o acompanhamento local dos grupos, embora abranja outras tarefas no apoio à estrutura permanente" do festival.

"Estes voluntários têm recebido nos últimos dias formação específica sobre a organização e programação do evento, o plano de alojamento e alimentação, a mobilidade, mas também a história e os pontos de interesse turístico de Viseu", contou.

Os voluntários vão envergar fardamento desenhado por Katty Xiomara no âmbito do projeto #viseufolk, que é baseado numa valorização da iconografia do folclore e do património histórico de Viseu.

Com o objetivo de favorecer a mobilidade dos mais de 5.400 participantes do festival e a segurança nos espaços de maior concentração de pessoas e eventos, a cidade de Viseu vai sofrer várias alterações durante estes cinco dias.

Além de várias limitações de tráfego automóvel no centro histórico, haverá condicionamentos nas zonas abrangidas nos períodos de realização das grandes galas (junto ao estádio municipal do Fontelo) e do cortejo etnográfico. Foram definidas zonas de estacionamento para os autocarros que transportam os mais de 200 grupos inscritos.

Jorge Sobrado explicou que "há um plano de segurança e proteção civil organizado, que envolve as diferentes autoridades policiais, as instituições de saúde, os bombeiros e a proteção civil e segurança privada".

Nas diferentes áreas, estará a trabalhar durante o evento "um contingente de mais de cem pessoas em permanência para garantir uma resposta adequada às necessidades", sendo que "a PSP e a Polícia Municipal farão um acompanhamento especial", acrescentou.

Os participantes receberão guias específicos, com mapas, contactos úteis, dicas de português, oportunidades de visitas a museus, informação turística e gastronómica.

Olá, bom dia, boa tarde, boa noite, obrigado, obrigada e vamos dançar são palavras que, independentemente do país de origem, os participantes não vão ter desculpas para não dizer em português.

O festival Europeade teve origem em 1964, em Antuérpia (Bélgica), com o objetivo de salvaguardar e promover o património cultural imaterial europeu.

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