DGArtes espera ambiente "totalmente pacífico" com comunidade artística

por Lusa

O diretor-geral das Artes, Américo Rodrigues, disse hoje à Lusa que espera um ambiente "totalmente pacífico" com a comunidade artística, e que o seu objetivo é "normalizar as relações" entre os artistas e a DGArtes.

À margem da apresentação do festival MEXE - Encontro Internacional de Arte e Comunidade, hoje, no Porto, Américo Rodrigues, diretor-geral das Artes, disse que, quando foi nomeado, o seu "principal objetivo era normalizar as relações entre a comunidade artística e a DGArtes", porque a entidade trabalha "para as entidades artísticas e para o desenvolvimento das artes em Portugal".

Segundo do diretor-geral, até ao momento cumpriu "tudo aquilo que foi anunciado" e, desde o início da sua direção, "não há atrasos" com o lançamento de concursos. Os resultados relativos ao Programa de Apoio Sustentado às Artes devem ser conhecidos em setembro e os Apoios em Parceria abrem-se à possibilidade de incrementar a participação dos cidadãos nos fenómenos artísticos.

Nesse contexto, depois do convite feito a municípios, para a apresentação de projetos, na sequência do Programa de Revitalização do Pinhal Interior, deverá concretizar-se em breve o apoio ao desenvolvimento de projetos culturais nas prisões. As duas áreas deverão mobilizar meio milhão de euros.

Américo Rodrigues foi nomeado pelo Ministério da Cultura para liderar a Direção-Geral das Artes (DGArtes), em fevereiro deste ano, enquanto decorre um concurso para o cargo, depois de ter sido anulada a nomeação da investigadora Susana Graça, no final de janeiro, por esta ter um processo judicial em curso contra "o organismo que iria digerir", justificou na altura a tutela.

Ainda que tenha o objetivo de pacificar as relações com a comunidade artística, Américo Rodrigues admitiu à Lusa que, como todas as seleções, os concursos da DGArtes "não agradam a toda a gente" e, no processo de escolha, têm de ser "completamente profissionais, isentos e avaliar bem".

Segundo o diretor-geral, a DGArtes pretende também trabalhar ao nível da "intervenção na comunidade", através do apoio a processos artísticos, de forma a atenuar a ideia de que este organismo "serve apenas para atribuir subsídios às entidades artísticas".

"Este ano já vai haver um programa que se chama Apoio em Parceria, que vai ser desenvolvido com, por exemplo, serviços prisionais, de forma a criar grupos de teatros, dança, artes plásticas dentro das prisões", afirmou.

A par da iniciativa "Pinhal Interior", que tem por objetivo apoiar projetos artísticos em zonas despovoadas, afetadas por incêndios florestais, o projeto de desenvolvimento cultural nas prisões vai ser, segundo Américo Rodrigues, um "ensaio em relação ao que se vai fazer nos próximos anos, (...) apoiar projetos participativos, que apelem à participação dos cidadãos nos fenómenos artísticos".

No total, disse à Lusa o diretor-geral das Artes, o "Pinhal Interior" vai ter um orçamento de cerca de 300 mil euros, enquanto o programa prisional vai contar com 200 mil euros, distribuídos através de concurso.

Américo Rodrigues adiantou também que é seu "compromisso" que os resultados provisórios do concurso do Programa de Apoio Sustentado, desenvolvido para suportar o funcionamento de entidades artísticas, estejam anunciados em setembro.

Depois desta data, as entidades candidatas vão ter direito a uma "audiência de interessados", em que podem protestar quanto ao valor atribuído pela DGArtes.

O diretor-geral estima que, "no início de outubro", os resultados finais estejam anunciados.

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