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Diretora da Lusa espera que agência possa ser plataforma de trabalho no combate

por Lusa

A diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, fez hoje um balanço positivo da conferência sobre `fake news` e disse esperar que a agência de notícias possa ser "uma plataforma de trabalho no combate" a este fenómeno.

Luísa Meireles falava no final da conferência que a Lusa promoveu hoje, em parceria com a agência espanhola EFE, subordinada ao tema "Combate às Fake News - Uma Questão Democrática", que decorreu na Culturgest, em Lisboa.

"Faço um balanço muito bom, porque acho que houve intervenções ótimas", afirmou Luísa Meireles, lamentando não ter havido "tempo para fazer mais debate" sobre o tema.

A conferência "há de ser um pontapé de saída para outras coisas e eu espero que a Lusa possa ser uma plataforma de trabalho de combate às `fake news`. Acho que nós vamos conseguir isso na Lusa", salientou a diretora de informação.

Questionada sobre o anúncio feito hoje de que a Lusa vai desenvolver um sistema de verificação de factos, no âmbito do combate à desinformação, Luísa Meireles disse: "Por enquanto é um desejo, é uma esperança e é uma vontade".

O `fact-checking`, "em boa verdade, é o núcleo central do nosso trabalho, ou seja, a verificação dos factos", apontou.

"Hoje, devido à multiplicação de factos, muitos deles falseados ou manipulados", é exigida "uma atenção especial dos jornalistas (...), temos muito tempo ocupado nas tarefas normais da nossa profissão", prosseguiu.

Por isso, "um dos caminhos que podemos seguir para combater ou para ajudar neste combate é vir a criar uma equipa que aprofunde esta questão", disse.

"Não sabemos ainda qual será a maneira disso se concretizar, mas é de certeza uma vontade", concluiu.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, anunciou hoje, no início da conferência, que a Lusa, em parceria com outras entidades, vai desenvolver um sistema de verificação de factos, no âmbito do combate à desinformação, proporcionada pelas chamadas `fake news`.

"Estamos a desenvolver em conjunto um projeto um pouco mais sofisticado", afirmou a ministra ao intervir na conferência organizada pela Lusa, em parceria com a agência espanhola EFE, destinada a debater o problema das `fake news`.

Graça Fonseca afirmou ter desafiado a Lusa a lançar este debate na sociedade portuguesa, dada a importância que o tema tem no futuro das democracias ocidentais e na qualidade da democracia. "É disso que estamos aqui a falar hoje", disse.

"Hoje em dia, a tecnologia permite-nos ter sistemas bastante sofisticados de `fact-cheking`", disse, referindo a inteligência artificial como meio de combater a atual "capacidade de os algoritmos determinarem as notícias" que são lidas pelo utilizador.

"A Lusa, em parceria com outras entidades, vai precisamente desenvolver um projeto dessa dimensão", anunciou Graça Fonseca, que tutela a Comunicação Social.

A ministra da Cultura citou estudos de agências noticiosas, segundo os quais cerca de dois terços das pessoas acedem a notícias através de plataformas agregadoras de conteúdos e apenas 32% sabe a origem da informação que leu.

Hoje em dia, a maioria das notícias, frisou, não é determinada pelo leitor, mas por um algoritmo que seleciona o que o leitor potencialmente gostaria de ler.

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