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Encontro MEXE vai juntar mais de 400 artistas de seis países no Porto

por Lusa

A quinta edição do MEXE - Encontro Internacional de Arte e Comunidade, que vai acontecer no Porto de 16 a 22 de setembro, vai envolver mais de 400 participantes de seis países, revelou hoje o diretor artístico do evento, Hugo Cruz.

Durante a apresentação do programa do festival MEXE, que aconteceu hoje no Lavadouro das Fontaínhas, no Porto, a organização revelou os pormenores das 70 ações que vão compor o encontro, desde documentários a espetáculos de teatro, passando pela música e ainda pela reflexão e pensamento.

Para Hugo Cruz, diretor artístico do MEXE, durante os sete dias do festival, vão ser apresentados ao público "trabalhos muito fortes", como "Isto é um Negro?", exibido a 21 de setembro, no Teatro Carlos Alberto, pelas 21:00, e "Quando Quebra Queima", pela primeira vez em Portugal, a 22 de setembro, às 17:00, na Escola Alexandre Herculano.

De acordo com o diretor artístico, "Isto é um Negro" é um trabalho de um coletivo de atrizes e atores negros, que "reflete exatamente sobre as questões da negritude e do racismo no Brasil, mas é um espetáculo que vai muito além disso", enquanto "Quando Quebra Queima" é um espetáculo da ColetivA Ocupação, que põe em cena "tudo o que foram os movimentos de ocupação das escolas desde 2015", no Brasil.

Segundo o diretor do MEXE, os 18 artistas do elenco de "Quando Quebra Queima", oriundos de São Paulo, ocuparam escolas na cidade brasileira que estavam em risco de ser encerradas e conseguiram reverter a decisão, passando depois a "perspetiva de quem viveu intensamente o dia-a-dia dentro do movimento", para o palco.

O festival, que sai às ruas do Porto de dois em dois anos, vai ter três dias de "pré-MEXE", de 13 a 15 de setembro, em que vão ser exibidos documentários e peças de teatro no Cinema Trindade, na Casa d`Artes do Bonfim e na Associação de Moradores na Lomba.

A 5.ª Edição do Encontro Internacional de Arte e Comunidade também vai focar-se na criação artística africana, uma programação que, para Hugo Cruz, é "difícil de chegar e de circular em Portugal".

O dançarino tanzaniano Samwell Japhet vai colocar o abuso sexual de crianças debaixo de holofote, na estação de metro da Trindade, a 20 de setembro, através da `performance` de dança a solo "Children of The New World", enquanto António Bukhar Ssebuuma e Faiza M. Ddamba vão fazer do "espaço vazio" do Teatro Carlos Alberto um "lugar para criatividade", com o espetáculo "Empty the Space", no dia 19 de setembro.

O programa do MEXE, que vai estender-se a mais de 20 locais do Porto, também pretende estimular o pensamento da audiência através de ações como o Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias (EIRPAC), coorganizado com nove universidades portuguesas, que vai reunir mais de cem investigadores da área, entre 16 e 18 de setembro.

Construído em colaboração com os cidadãos, o MEXE também tem o objetivo de envolver a comunidade no festival, através de ações como o projeto "Viajar no tempo dos outros: Fontainhas", em que moradores da zona vão lançar o público "numa viagem que pretende revisitar uma memória, uma cultura e um património".

Ao longo do encontro vão ser feitas seis oficinas que permitirão aos participantes participar em diversas atividades, que vão ser apresentadas publicamente, entre as quais uma marcha de mulheres grávidas e uma orquestra que mistura instrumentos com o som de bolas de basquetebol.

Segundo a organização do MEXE, esta edição do festival tem um orçamento que ronda os 91.000 euros, tendo a Direção-Geral das Artes (DGArtes) contribuído com cerca de um terço dessa quantia.

No mês passado, a organização do encontro lançou uma campanha de `crowdfunding` através da plataforma PPL, para angariar 2.000 euros necessários para receber um grupo de sete artistas brasileiros, tendo, até hoje, conseguido 130 euros.

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