A escultora britânica Veronica Ryan recebeu hoje o Prémio Turner, o mais prestigiado galardão de arte contemporânea do Reino Unido, por dois projetos, nos quais homenageia os imigrantes caribenhos, nos anos de 1950 e 1960, e explora a pandemia.
Numa cerimónia realizada em Liverpool, a artista de 66 anos, nascida na ilha de Montserrat, território ultramarino britânico a sudeste de Porto Rico, foi anunciada como a vencedora do prémio, dotado de 25 mil libras (29 mil euros).
O júri valorizou a "maneira pessoal e poética como ela prolonga a linguagem da escultura" e elogiou o seu domínio do espaço, cor e escala.
A primeira das obras premiadas é um grupo escultórico localizado numa rua do bairro londrino de Hackney.
Três peças de bronze e mármore representam uma maçã, uma fruta-pão (Artocarpus altilis) e uma graviola, três frutas tropicais comuns nas regiões das Caraíbas e das Américas.
Também foi reconhecida por "Along A Spectrum", proposta com a qual explora as perceções e narrativas pessoais que surgiram durante a pandemia.
Ryan "está interessada em psicologia e migração, perda, trauma, movimento, nutrição. Há muito sobre relação mãe-filha", disse a diretora da galeria Tate Liverpool, Helen Legg.
"Todos esses tópicos parecem estar interligados no seu trabalho. É muito difícil explicar sobre o que é o trabalho de Veronica Ryan, porque abrange tantas coisas, é sobre todas elas juntas", acrescentou Legg.
A Liverpool Modern Art Gallery (Galeria de Arte Moderna de Liverpool) está a acolher uma exposição até março com as obras de Ryan e dos outros três finalistas de Turner: Heather Phillipson, Ingrid Pollard e Sin Wai Kin.