Governo angolano disponível para apoiar candidatura de liceu de Luanda à Unesco

por Lusa

Luanda, 22 fev (Lusa) - O Governo angolano indicou hoje que aguarda uma "solicitação formal" dos antigos alunos do centenário Liceu Nacional Salvador Correia, em Luanda, para apoiar a pretensão de candidatar a histórica instituição, do período colonial português, a Património da Humanidade.

"Gostaria de ter oficialmente esta pretensão. A Unesco [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura] é muito rigorosa e se houver essa possibilidade, vamos em frente", disse o secretário de Estado da Cultura angolano, João Constantino.

Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de celebração do centenário do antigo Liceu Nacional Salvador Correia, formalmente criado a 22 de fevereiro de 1919, o governante deu conta que, "formalmente, o Ministério da Cultura nunca fez nenhuma proposta à Unesco".

Antigos alunos daquele liceu defenderam hoje a pretensão de ver classificada a centenária instituição como Património Mundial da Humanidade, lamentando, contudo, a falta de água e de manutenção do edifício.

A pretensão foi manifestada pelo presidente da Associação dos Antigos Estudantes do Liceu, Pedro Guerra Marques, durante as celebrações, cerimónias presididas pelo vice-Presidente angolano, Bornito de Sousa.

João Constantino referiu que ficaria "muito contente" se foram criadas as condições para apresentar a candidatura, mas alertou para o facto de se tratar de um processo "delicado, moroso", que tem um "timing" próprio e que "há critérios muito rigorosos a seguir".

Aproveitando as comemorações (1919-2019), foi também descerrada hoje a placa comemorativa em homenagem da Associação dos Antigos Alunos pelo centenário e outra indicativa da sua classificação como Património Histórico-Cultural Nacional pelo despacho da secretaria de Estado da Cultura, de 08 de julho de 1992.

O agora Magistério Mutu-Ya-Kevela foi inaugurado pelo Presidente angolano, João Lourenço, a 24 de março de 2018, após obras de reabilitação do edifício que preservaram o desenho arquitetónico original do período colonial português e que custaram 24 milhões de dólares.

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