Grande parte do património geológico de África está por desvendar

por Lusa

Grande parte do património geológico de África está por desvendar e é urgente alterar esta situação para atrair investimento na área do geoturismo, concluiu um estudo de dois investigadores da Universidade de Coimbra (UC), que foi hoje divulgado.

Segundo os investigadores Keynesménio Neto e Maria Helena Henriques, os resultados obtidos "põem em evidência os territórios cujo património geológico permanece desconhecido".

"A sua inventariação e avaliação são a base necessária para atrair investimento na área do geoturismo, que permita contribuir para a melhoria das condições de vida em países africanos com baixos índices de desenvolvimento", defenderam.

Ao longo de dois anos, estes investigadores do Centro de Geociências da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC estudaram cerca de duas centenas e meia de documentos relativos à geodiversidade do continente africano.

No estudo, publicado na revista Gondwana Research e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, é apresentada "uma análise exaustiva sobre o conhecimento atual" do património geológico de África.

Keynesménio Neto e Maria Helena Henriques lembraram que África, "berço da humanidade", tem "uma riqueza em termos de biodiversidade que inunda inúmeros documentários televisivos".

"Contudo, o seu património geológico, que corresponde a registos com mais de quatro mil milhões de anos, continua por descobrir e explorar", lamentaram.

Neste âmbito, os investigadores consideraram que se deve apostar, por exemplo, na inventariação e avaliação de geossítios, "com o objetivo de serem protegidos, e em procedimentos de valorização e monitorização que promovam o desenvolvimento sustentável através da geoeducação e do geoturismo".

No entender dos investigadores, este estudo permite "definir um roteiro para a geoconservação no continente africano, auxiliando os decisores políticos a estabelecer prioridades e implementar projetos baseados em geopatrimónio que promovam o desenvolvimento económico e social das comunidades locais".

"Permite também a criação de instrumentos legais de proteção e políticas públicas atribuídas à conservação da natureza, em articulação com especialistas e empresários", acrescentaram.

 

 

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