Grupo artístico de Famalicão estreia este mês ciclo de espetáculos sobre democracia

por Lusa

A estrutura de criação Momento - Artistas Independentes, de Famalicão, estreia neste mês o primeiro espetáculo de uma trilogia sobre "Democracia, os Filhos dos anos 90 e a Tecnologia", que vão passar por palcos de todo o país.

Criado em 2017, este grupo artístico, que trabalha principalmente no Porto, começou em 2019 a "reformular-se enquanto estrutura" e desenhou este ciclo de três espetáculos, o primeiro dos quais chegou a estrear-se, em fevereiro de 2020, na Casa das Artes de Famalicão, onde esteve em cena três dias, com uma "adesão muito grande", contou à Lusa Diogo Freitas, diretor artístico.

"Íamos a seguir para Ílhavo, mas, entretanto, veio a pandemia e tivemos de parar tudo".

É precisamente esse espetáculo, intitulado "Democracy has been detected", que vai ser retomado, no dia 21 de abril, no Teatro Municipal de Bragança, seguindo depois, a 6 e 7 de maio, para o Teatro Helena Sá e Costa, no âmbito do Festival Internacional De Teatro De Expressão Ibérica (FITEI), pelas mãos do Teatro Nacional São João, para depois passar por Braga, pelo Theatro Circo, a 21 de maio, e finalmente descer a Lisboa, onde estará em cena de 20 a 25 de julho, no São Luiz Teatro Municipal.

Este espetáculo passa-se "numa sociedade que atinge uma democracia absoluta, que passa a ser governada por uma Inteligência Artificial", explicou Diogo Freitas à Lusa, que concebeu esta "espécie de trilogia" com Filipe Gouveia, o dramaturgo residente, autor de todos os textos.

Com esta peça, a estrutura artística apresenta uma proposta de leitura histórica, social e política da sociedade atual e de uma futura, imaginada com base no crescente avanço das novas informações e tecnologias, e consequente impacto na forma de ver o mundo, convidando a uma reflexão sobre a importância de preservar e viver em pleno a democracia.

O segundo espetáculo, intitulado "Como perder um país", tem estreia absoluta no dia 2 de julho, na Casa das Artes de Famalicão, e vai passar pelo Rivoli (Porto), nos dias 12 e 13 de novembro, e pelo Teatro Municipal Sá de Miranda, em Viana do Castelo, no dia 15 de novembro.

Segundo o diretor artístico, as datas de Felgueiras, onde a peça também será apresentada, ainda estão a ser fechadas, e a última paragem será no Teatro Baltazar Dias, no Funchal, na ilha da Madeira.

O segundo espetáculo deste ciclo dedicado à democracia pretende ser um "grito futurista que abalará conceitos políticos sociais", e debruça-se sobre a questão "o que é a manipulação?", disse, explicando que, nesta peça, os media estão muito presentes (embora estejam também nos outros dois), pela sua importância enquanto veículo transmissor de informação.

O terceiro espetáculo ainda não está criado e só se estreará no dia 2 de junho de 2022, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

Desta peça, intitulada "Tratado, a Constituição Universal", os autores só têm por enquanto "uma memória descritiva", mas a ideia base é propor "uma espécie de dissolução de países" para dar lugar a "Estados políticos: Estado democrático, Estado absoluto, Estado anárquico...".

Em princípio, será um espetáculo mais interativo, em que o público é dividido em dois grupos e participará nas "eleições".

O corpo da peça "Tratado, a Constituição Universal" vai começar a ser criado em duas residências artísticas, a primeira em outubro, no Teatro Viriato, em Viseu, e, a segunda, em dezembro, na Oficina Vila Flor, em Guimarães.

Além de Diogo Freitas e Filipe Gouveia, a Momento - Artistas Independentes é composta por Paulo Pires, responsável pela música, e Pedro Abreu, desenhador de luz.

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