Iniciativa Capital Europeia da Cultura motiva investimentos no setor, diz Paulo Lameiro

por Lusa

A iniciativa Capital Europeia da Cultura está a fazer com que o país invista na cultura, disse o coordenador da Rede Cultura 2027, responsável pela candidatura de Leiria, considerando que as cidades candidatas já estão a receber vantagens.

"Eu sei que é sempre muito comum falar-se que o processo importa tanto ou mais do que o fim, mas a verdade é que o nosso país, Portugal, por causa deste projeto europeu, ou seja, inspirado, motivado, alavancado por um projeto europeu, tem vindo -- umas cidades mais, outras menos -- a investir em cultura, a diagnosticar, a capacitar os seus atores culturais, a cruzar informação, a envolver a Europa. E, portanto, seguramente, todas as cidades que investiram nesta candidatura (...) já estão, efetivamente, a receber as vantagens deste investimento", afirmou Paulo Lameiro.

O coordenador falava à Lusa a propósito da apresentação, hoje, no Castelo de Leiria, da equipa redatora e das linhas gerais da proposta de candidatura (`Bid Book`) de Leiria a Capital Europeia da Cultura.

"Para Leiria, muita da motivação e, se calhar, o que nos move e aquilo que para nós é já um título, [é] a capacidade de juntar as cidades todas e a capacidade de ativar o pensamento e a ação cultural. A `governance` cultural tem vindo a ser refletida e trabalhada", disse.

Este responsável sustentou que é importante ter "consciência de que se trata de uma candidatura a capital europeia e é de Europa" que se está a falar. "Não é de uma região ou de uma cidade ou só 26 cidades", declarou.

"Estamos a falar da Europa que somos, da Europa que habita em nós e da Europa com a qual temos de dialogar permanentemente, e é fundamental que qualquer candidatura a Capital Europeia não esqueça que não somos candidatos para mostrar à Europa o que temos, somos candidatos porque somos Europa", acrescentou.

Além de Leiria, mais 10 cidades já manifestaram intenção em serem Capital Europeia da Cultura 2027: Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Oeiras, Ponta Delgada e Viana do Castelo.

Em 23 de novembro de 2020, foi publicado em Diário da República o aviso que tornou público o convite à apresentação de candidaturas, bem como o regulamento interno para a eleição, em Portugal, da Capital Europeia da Cultura em 2027.

"A iniciativa Capital Europeia da Cultura tem como objetivos a salvaguarda e promoção da diversidade das culturas, na Europa, realçando as características comuns que partilham, fomentando o sentimento de pertença a um espaço cultural comum", lê-se num comunicado do Governo emitido nesse dia.

Segundo o executivo, a candidatura vencedora terá um montante disponível de 25 milhões de euros, a operacionalizar através do Quadro Comunitário de Apoio Portugal 2020-2030.

As candidaturas para Capital Europeia da Cultura estão abertas até 23 de novembro, segundo o `site` Capital Europeia da Cultura Portugal 2027.

A escolha da cidade vencedora será feita por um júri composto por 12 peritos independentes, nomeados por instituições europeias, para o qual Portugal contribuirá com dois elementos, de acordo com a mesma fonte. O mais tardar, no início de 2023, será anunciada a cidade vencedora.

A iniciativa Capital Europeia da Cultura, criada pela Comissão Europeia em 1985, já levou este título a 58 cidades, incluindo Lisboa (1994), Porto (2001) e Guimarães (2012).

Em 2027, o título será entregue a uma cidade portuguesa e outra da Letónia.

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