Investimento de três milhões de euros para criar primeiro Atlas Termal da Europa

por Lusa

A Associação Europeia das Cidades Históricas Termais (EHTTA) vai investir três milhões de euros na criação do primeiro Atlas Termal da Europa, reunindo o património termal de 250 cidades.

A candidatura ao Programa de Inovação da Comissão Europeia, "no valor de três milhões de euros, vai ser entregue em Bruxelas, no dia 14 de março, para se poder arrancar com o atlas, que pretendemos que cubra toda a Europa", disse hoje à Lusa Mario Crescente, vice-presidente do conselho científico da Associação Europeia das Cidades Históricas Termais (EHTTA).

O documento está hoje a ser preparado nas Caldas da Rainha (distrito de Leiria) num encontro de dirigentes e técnicos da associação, bem como de universidades, centros de investigação e representantes de empresas ligadas ao termalismo oriundos de nove países, "junto dos quais serão recolhidos contributos para fundamentar a importância do atlas", explicou o responsável.

Em Bruxelas será apresentado "um protótipo desenvolvido nas cidades de Bath (Inglaterra), Mondariz (Espanha) e Caldas da Rainha (Portugal), as três primeiras a integrar o atlas".

Entre as 250 cidades europeias que devem integrar a obra numa primeira fase constarão "cidades com termas em funcionamento", mas também "outras com património termal abandonado, sobretudo na Europa interior", em relação às quais a EHTTA pretende "alertar, para que não se perca a oportunidade histórica de reabilitar esse património".

Nesse sentido, o atlas disponibilizará "informações e estudos que permitirão aos decisores identificar em quais destes conjuntos patrimoniais se deverá investir, qual o retorno expectável e qual o índice de utilização que se espera que venham a ter", afirmou Mario Crescente.

A ideia é "fazer um levantamento de todos os recursos termais para que possam ser usados como instrumento de desenvolvimento da Europa", funcionando o atlas como "uma aplicação de informação na `web` que facilitará, por exemplo, decisões sobre candidaturas a fundos para a reabilitação desse património", exemplificou.

Além de ser a primeira cidade portuguesa a integrar o atlas, Caldas da Rainha foi escolhida para a realização da reunião técnica por se tratar de "um exemplo de reabilitação do património termal", referiu à Lusa o vice-presidente da câmara e membro do conselho consultivo da EHTTA, Hugo Oliveira.

A cidade, que deveu a sua fundação à construção do hospital termal mais antigo do mundo, atualmente encerrado, está em fase de relançamento do termalismo, após a cedência do património ao município.

A autarquia prepara agora a reabertura do hospital e concessionou a privados os Pavilhões do Parque, onde vão ser investidos 15 milhões de euros na construção de um hotel.

A EHTTA - European Historic Thermal Towns Association foi fundada em 2009 e conta atualmente com mais de 40 cidades associadas em mais de 15 países.

Tópicos
pub