Jeff Mills lança hoje "Planets" gravado com a Orquestra Sinfónica do Porto

por Lusa

Porto, 24 mar (Lusa) -- O DJ e compositor norte-americano Jeff Mills lança hoje o disco "Planets", que parte de uma gravação ao vivo com a Orquestra Sinfónica do Porto na Casa da Música.

"Este é um dos projetos da minha vida, não o projeto da minha vida. Agora que vamos lançar o disco, estamos num ponto em que `Planets` não tem fim. Com cada descoberta significativa nos planetas, temos de voltar atrás e mexer na composição. Se for como quero, este projeto vai perdurar muito tempo para lá da minha morte, com alguém a continuar o nosso trabalho consoante o avanço do conhecimento humano", contou à Lusa o produtor, compositor e DJ norte-americano no momento do anúncio da data de publicação do registo.

Com o compositor francês Sylvain Griotto a cargo dos arranjos para orquestra, a peça é uma "revisitação" da obra homónima de Gustav Holst que Jeff Mills tem vindo a desenvolver desde 2005 a partir do desenvolvimento do conhecimento humano sobre os planetas da Via Láctea.

Ao todo, são nove faixas sobre os planetas e nove outras "mais misteriosas e experimentais" sobre o espaço, num disco editado em vários formatos através da editora fundada pelo DJ e compositor, a Axis Records.

Depois da gravação ao vivo, em julho de 2015, com a Orquestra Sinfónica do Porto na Casa da Música, o álbum passou por várias fases de mistura, tendo sido concluído nos estúdios Abbey Road, em Londres.

Mills é um nome ligado há décadas à música de dança eletrónica, responsável por temas como "The Bells", que pelo ano 2000 começou a debruçar-se mais sobre a clássica, depois de fazer uma banda sonora para "Metropolis", de Fritz Lang, estreando-se mais tarde com orquestra em 2005, em França.

"Planets" será, como admitiu o músico, um projeto menos interessado na divisão entre música clássica e eletrónica e mais focado "nos amantes da música, que são as pessoas que estarão mais interessadas no álbum, independentemente de virem da música clássica ou da eletrónica".

O norte-americano pensa que o disco "vai apelar mais a pessoas que amam a música como arte e não tanto os entusiastas de `techno` que querem sair à noite ou os ouvintes puristas de música clássica".

Também os amantes de ciência, astrologia, ficção científica poderão encontrar "uma forma interessante de perceber como os planetas são abordados pela música eletrónica e clássica", referiu Mills.

A 12 de junho, Mills vai apresentar a peça no Barbican, em Londres, acompanhado pela Britten Sinfonia, no âmbito de uma residência naquela sala da capital inglesa, e tem previsto "uma sessão de escuta" do disco na Casa da Música para os membros da Orquestra Sinfónica do Porto.

"Quero trazer `Planets` de volta à orquestra porque lhes pertence e pertence à Casa da Música, e gostava muito de o poder tocar pelo menos uma vez por ano. Não sei se a ideia já foi pensada mas é o que gostaria de fazer", atirou o compositor.

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