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Livro evoca contexto político na origem da criação do Museu de Arte Popular

por Lusa

Lisboa, 14 out 2019 (Lusa) - O contexto político que esteve na origem da criação do Museu de Arte Popular, ligado à propaganda da arte e cultura do Estado Novo, é abordado num livro que será lançado na quarta-feira, naquele museu, em Lisboa.

"Herança de António Ferro. O Museu de Arte Popular" é o título do livro, inserido na Coleção Estudos de Museus, projeto editorial da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que divulga a investigação portuguesa na área da museologia.

A obra de Alexandre Oliveira, doutorado em Antropologia, tem por objetivo compreender os contextos que estiveram na origem da criação do museu, no quadro das políticas de propaganda associadas à arte e cultura popular de António Ferro e do Estado Novo.

"O livro desvenda as diferentes etapas que moldaram este museu, seguindo uma visão sobretudo etnográfica e histórica, pontuada pela própria experiência pessoal do autor", de acordo com uma sinopse da obra.

A obra, no entanto, vai mais além do que o aspeto da origem e pretende ser um contributo para o conhecimento do Museu de Arte Popular, tentando entendê-lo desde o surgimento da ideia da sua criação até ao presente.

O livro é lançado cinco meses depois de o Ministério da Cultura ter anunciado que está a preparar planos para a reabertura do museu para 2020, enquanto o seu espólio se mantém à guarda do Museu Nacional de Etnologia.

O Museu de Arte Popular foi inaugurado em 1948, tendo nascido da reformulação do antigo pavilhão criado para a Exposição do Mundo Português, em 1940.

Em 2000, foi alvo de obras de requalificação, mas devido ao mau estado no interior, foi encerrado três anos depois e, em 2006, a então ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, anunciou que iria ser transformado em Museu da Língua Portuguesa, um projeto que nunca viria a concretizar-se.

O novo projeto para o futuro do museu aponta para a criação de oficinas, ligações às escolas e ao mercado de produtos artesanais, bem como a realização de exposições.

Alexandre Oliveira, nascido em 1978, é doutorado em Antropologia pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa/ ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

Colaborou durante 18 anos com o Museu Nacional de Etnologia, fez parte da equipa que procedeu ao inventário e transporte do Museu de Arte Popular para o Museu de Etnologia, e é presentemente Técnico Superior da DGPC.

Iniciativa da DGPC e da editora Caleidoscópio, esta coleção atinge com o novo livro os 15 títulos já publicados, tendo sido abordados, entre outros temas, as redes de museus, os públicos imigrantes, a mediação cultural, as acessibilidades e a iluminação museográfica.

Também já foram abordadas personalidades como José de Figueiredo, António Augusto Gonçalves, Vergílio Correia, Ernesto Vilhena e o Marquês de Sousa Holstein.

Os títulos são selecionados anualmente por um conselho editorial formado por docentes de várias universidades portuguesas, a editora e a DGPC.

"Herança de António Ferro. O Museu de Arte Popular", de Alexandre Oliveira, será lançado na quarta-feira, às 18:30, no Museu de Arte Popular, em Lisboa.

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