Lusa e Efe assumem combate à desinformação como "questão democrática"

por Lusa

Os presidentes das agências de notícias portuguesa Lusa e espanhola Efe assumiram hoje, numa conferência em Lisboa, o "problema real" da desinformação como "uma questão democrática".

"As `fake news` não são um problema do jornalismo, são um problema das democracias", começou por dizer o presidente do conselho de administração da Lusa, Nicolau Santos, na abertura da conferência "Combate às `fake news` - uma questão democrática", organizada pela Lusa, na Culturgest.

A desinformação deve ser uma preocupação de governos, empresas, cidadãos, sublinhou. E também das agências de notícias que prestam um serviço público, acrescentou o presidente da Efe, Fernando Garea, falando na "exigência" que a desinformação coloca aos media.

"O que se pratica nas redes sociais não é jornalismo, pode ser informação, mas não é jornalismo", distinguiu Nicolau Santos, recordando que o jornalismo profissional deve obediência a uma série de princípios, vertidos, desde logo, num Código Deontológico.

Num ano de eleições "importantíssimas", Nicolau Santos considerou que o combate à desinformação é "uma questão democrática", fundamental para que essas eleições possam ser "decididas livremente e não manipuladas através desses conteúdos falsos".

O presidente da agência espanhola Efe, que dedicará igualmente uma conferência ao tema ainda este ano, começou por reconhecer que, ao escolherem, "sem resistências", o termo `fake news` para título da conferência, as agências perderam "a primeira batalha", porque "é uma contradição dos termos" e trata-se apenas de "definir o que é, pura e simplesmente, mentira".

Fernando Garea apelou aos jornalistas que não se deixem vencer pela "passividade" e se empenhem, os profissionais e as empresas, em "buscar formas eficazes de fazer o trabalho, impedindo que essas mentiras se propaguem, seja qual for a origem" - "é a nossa obrigação", sustentou.

O presidente da Efe sublinhou ainda que "o jornalismo de verificação deveria não ser só uma forma de jornalismo, mas uma atitude de todos os jornalistas, a aplicar a todo o trabalho".

Importa, porém, reconhecer que "os jornalistas cometem erros" e devem ser os primeiros a admiti-los, assinalou, frisando que "o importante é estabelecer sistemas de controlo prévios, detetar os erros, admiti-los e retificá-los".

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