Maio de 68 e as mortes de Luther King e Kennedy nos Encontros de Fotografia de Arles

por Lusa

Arles, França, 22 mar (Lusa) - Os acontecimentos de 1968, dos levantamentos de maio, em França, aos assassínios de Robert Kennedy e Martin Luther King, nos EUA, dominam os Encontros de Fotografia de Arles, que decorrem de 02 de julho a 23 de setembro.

A programação da 49.ª edição dos Encontros Internacionais de Fotografia de Arles, anunciada hoje, segue a linha de contestação dos acontecimentos de há 50 anos, desde o Maio de 68, com os protestos estudantis e a greve geral, em França, à oposição à Guerra do Vietname e às políticas segregacionistas dos Estados do Sul, nos Estados Unidos, tomando como referência o líder negro Martin Luther King e o senador Robert Kennedy, candidato democrata à presidência.

Com o `slogan` de maio - "Camarada, o velho mundo fica para trás" - uma primeira exposição vai mostrar imagens inéditas de arquivos de polícia e de agências de fotografia, assim como uma coleção de cartazes, como destacou o diretor dos encontros, Sam Stourdzé.

Uma reportagem sobre a homenagem a Robert Kennedy, quando o corpo do senador foi transportado de Nova Iorque a Washington, após a sua morte, em 08 de junho de 1968 - dois meses após o assassinato de Martin Luther King - será igualmente exibida no certame.

"America great again" é uma outra exposição que vai reunir 60 anos de "crónicas americanas", captadas pelas objetivas de históricos da fotografia como Robert Frank, Raymond Depardon e Paul Graham, de quem serão feitas retrospetivas.

Os trabalhos de Taysir Batniji, sobre o quotidiano de palestinianos nos Estados Unidos, a reportagem de Laura Henno sobre imigrantes indocumentados na Califórnia, são outros destaques da programação.

Na abadia de Montmajour, será montada uma exposição comum, dedicada ao cineasta Jean-Luc Godard e ao pintor Pablo Picasso.

A edição de 2018 dos encontros será marcada ainda pela construção de um templo budista de 1.500 metros quadrados, para acolher as fotografias de Matthieu Ricard e Christophe Loiseau.

Foi também anunciada uma retrospetiva de William Wegman conhecido pelas imagens de cães de Weimar, que estão no cartaz da edição deste ano do certame.

Em 2017, os Encontros de Fotografia de Arles mobilizaram 125 mil visitantes, o maior número de sempre, registando um crescimento de 20 por cento em relação ao ano anterior.

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