Maior experiência de sempre no estudo dos ventos decorre em Vila Velha de Ródão

por Lusa

Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, 23 mai (Lusa) - O projeto do novo Atlas Europeu do Vento (NEWA), que decorre na Serra do Perdigão, em Vila Velha de Ródão, é já considerada a maior experiência realizada no estudo dos ventos, disse hoje um dos responsáveis do projeto.

"O novo Atlas Europeu do Vento [NEWA] inclui esta experiência que decorre em Vila Velha de Ródão e que termina daqui a três semanas [entre 01 de maio e 15 de junho]. Nestas seis semanas, decorre um período intensivo de medições que estão a decorrer no terreno", disse à agência Lusa um dos principais responsáveis do projeto, José Laginha Palma.

Este professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) explica que o NEWA é um projeto europeu cujo objetivo passa por criar novas metodologias de avaliação e gestão do recurso eólico ao nível de questões de produção de energia eólica, sendo que a avaliação das características do vento com fins energéticos assenta ainda hoje em procedimentos de 1989.

"Juntaram-se a nós grupos americanos com financiamento próprio. Trouxeram equipamento científico deles que juntaram ao NEWA e a escala fez do projeto a maior experiência alguma vez realizada ao nível do estudo dos ventos", sustentou.

Este responsável adiantou que estão instalados no terreno 50 mastros com alturas que vão dos 10 aos cem metros, equipados com sensores a vários níveis de altura para fazer medições.

Além disso, estão ainda espalhados pela área do projeto mais 60 equipamentos de medição de variáveis diversos, sendo que atualmente estão também cerca de 30 pessoas a trabalhar em permanência no terreno.

"Desde o início do projeto já lá vão 2.593 dias de trabalho de campo. É uma satisfação muito grande trabalhar neste projeto que está a exceder as expectativas", disse.

O projeto NEWA iniciou-se em março de 2015 e prevê-se que a sua conclusão aconteça em junho de 2019. O orçamento global é de 13,8 milhões de euros.

Envolve um consórcio de instituições de oito países europeus (Dinamarca, Suécia, Alemanha, Espanha, Letónia, Turquia, Bélgica e Portugal).

A participação nacional é assegurada pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI), Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O financiamento do consórcio português composto pela FEUP, INEGI, LNEG e IPMA é feito pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e envolve cerca de 750 mil euros.

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