Maria Velho da Costa, "mulher corajosa e escritora inovadora"

por Lusa

Maria Velho da Costa, que morreu no sábado aos 81 anos, foi "uma mulher corajosa e uma escritora inovadora e brilhante", com uma obra à qual os leitores devem regressar, afirmou hoje a ministra da Cultura, Graça Fonseca.

"Recordá-la nos seus gestos de desafio e regressar constantemente aos seus livros, eis o que devemos a Maria Velho da Costa", lê-se na nota de pesar da ministra da Cultura, divulgada hoje.

Considerada uma das vozes renovadoras da literatura portuguesa desde a década de 1960, autora de "Maina Mendes" (1969), "Casas Pardas" (1977) e "Myra" (2008), entre outros, Maria Velho da Costa foi amplamente distinguida, tendo recebido em 2002 o Prémio Camões.

Maria Velho da Costa foi ainda uma das coautoras, juntamente com Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno, de "Novas Cartas Portuguesas" (1972), uma obra literária que denunciava a repressão e a censura do regime do Estado Novo, que exaltava a condição feminina e a liberdade de valores para as mulheres, e que valeu às três autoras um processo judicial, suspenso depois da revolução de 25 de Abril de 1974.

Graça Fonseca considera esta obra um "momento fundamental do feminismo em Portugal".

"Regressar a uma obra faz parte do nosso património literário, principalmente quando nos soube mostrar o país que teimávamos em não ver", sublinhou a ministra da Cultura.

Maria Velho da Costa nasceu em Lisboa, em 26 de junho de 1938.

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