Morreu José Mário Branco

por RTP

Foi uma das figuras centrais da música em Portugal na altura da revolução de 1974. O músico tinha 77 anos.

Estava exilado em França quando se mostrou ao mundo como cantor. Preso e perseguido pela PIDE, José Mário Branco deixou Portugal em 1963 para fugir de uma guerra em que não acreditava.

A cantiga era uma arma e através de Paris, José Mário Branco mudou para sempre o rumo da música e da história portuguesa.

"Grândola, Vila Morena", a música que viria a ser senha da revolução, fazia parte do disco "Cantigas do Maio", que José Mário Branco produziu para Zeca Afonso.

Em 1971, participou no primeiro trabalho de estúdio de Sérgio Godinho e no mesmo ano lançou o álbum "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as vontades".

Em Portugal, as canções embalavam a revolução e José Mário Branco regressava a casa logo após o 25 de abril de 1974.

Da vontade de manter vivo o sonho de abril, fundou o Grupo de Ação Cultural, conjunto de músicos de intervenção que através das canções levavam a nova mensagem política a todo o país.

Ao longo de 50 anos de carreira, lançou discos que se tornaram referências da música portuguesa. O último dos quais editado em 2004.
Colaborou com figuras como Carlos do Carmo e ajudou a projetar artistas como Camané.

Foi no estúdio que José Mário Branco fez grande parte do trabalho dos últimos anos.

Certo é que nunca estará longe da memória colectiva, sempre entre os grandes nomes da música portuguesa.
pub