Museu de Arte Antiga vai renovar exposição de arte portuguesa após obras em 2015

por Lusa

O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, vai iniciar obras em 2015 para renovar a exposição permanente de pintura e escultura portuguesas, numa intervenção que vai revelar uma nova seleção do acervo, com 250 peças.

Em declarações à agência Lusa, a propósito do projeto de remodelação que está já em curso, o diretor-adjunto do MNAA, José Alberto Seabra, indicou que as previsões são de arranque das obras no terceiro piso, em janeiro do próximo ano.

"A previsão é iniciar as obras em janeiro e esperamos que estejam terminadas em dois ou três meses, para poder reabrir o piso três em maio de 2015, com uma exposição de pintura e escultura portuguesas totalmente nova e mais ampla", indicou o responsável.

O MNAA, atualmente, está a ser alvo de obras na zona da loja e do átrio, que irão continuar até meados de novembro, fazendo um intervalo no natal, e recomeçando depois em janeiro de 2015, com uma maior intervenção no terceiro piso.

Nessa zona, encontra-se uma exposição permanente de "síntese", com cerca de 60 peças de pintura (desde o século XV ao século XIX) e escultura (do século XII ao século XIX).

As obras vão dar a possibilidade de o museu reabrir onze salas que se encontram encerradas desde 2009, e aumentar o número de peças a expor para 250, na mostra permanente.

As paredes vão ser pintadas, haverá renovação das condições de iluminação e introdução de novo mobiliário museográfico.

De acordo com José Alberto Seabra, a área "deverá regressar à sua vocação original, remodelada e com um novo discurso para o público, com peças já exibidas e outras novas".

De acordo com o diretor-adjunto do museu, durante as obras, o terceiro piso será encerrado e as peças guardadas, com a única exceção dos Painéis de São Vicente, pintados por Nuno Gonçalves, considerados uma obra-prima da pintura portuguesa do século XV.

"Os painéis serão colocados numa sala noutra zona do edifício, para que possam continuar a ser vistos pelo público, porque são um emblema do museu. É uma peça que tem de estar sempre em exposição", sublinhou.

O projeto visa reapresentar ao público uma exposição permanente que mostre, de forma mais alargada, a História da pintura e da escultura em Portugal, desde a Idade Média até ao século XIX.

As salas encerradas só foram abertas para receber grandes exposições, como a "Encompassing the Globe", em 2009, sobre o impacto dos Descobrimentos Portugueses noutras culturas, que esteve em seguida em Washington, nos Estados Unidos.

Também nessas salas estiveram patentes as exposições "A Invenção da Glória. D. Afonso V e as Tapeçarias de Pastrana", que fez uma digressão pela Europa, e a exposição "Primitivos Portugueses (1450 e 1550) - O século de Nuno Gonçalves", apresentada, a seguir, em Espanha.

Criado em 1884, o MNAA acolhe a mais relevante coleção pública de arte antiga do país, em pintura, escultura, artes decorativas portuguesas, europeias e da Expansão Marítima Portuguesa, desde a Idade Média ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como tesouros nacionais.

No passado fim de semana, o MNAA, segundo os seus serviços, ultrapassou a barreira dos 200 mil visitantes, atingindo as 200.190 entradas, batendo o recorde anual de entradas.

Em 2013, os números da Direção-Geral do Património Cultural atribuem a liderança do "ranking" de visitantes ao Museu Nacional dos Coches, com 189.015 entradas (mais 8.276, do núcleo de Vila Viçosa), seguindo-se o MNAA, com 124.697 visitantes, e o Museu Nacional do Azulejo, com 101.639.

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