Presidente da APE destaca imagem do "pensador raro"

por Lusa

O presidente da Associação Portuguesa de Escritores (APE), José Manuel Mendes, lamentou hoje a morte do "grande amigo" Eduardo Lourenço, recordando-o como um "pensador raro", autor de uma obra que continuará a "rasgar horizontes" e a colocar interrogações.

"Antes de mais, é a perda de um amigo, facto que apenas a mim respeita, mas é sobretudo a imagem do pensador raro, do homem de cultura e do cidadão incomum que neste momento recordo", disse à agência Lusa José Manuel Mendes, comentando a morte, hoje, aos 97 anos, do pensador e filósofo Eduardo Lourenço.

O presidente da APE destacou também a "obra vasta e poli modal" deixada por Eduardo Lourenço, que "continuará a rasgar horizontes e a colocar em nós profundas interrogações vindas do futuro".

Conselheiro de Estado, professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa.

Eduardo Lourenço Faria nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, e morreu hoje, em Lisboa, aos 97 anos.

Prémio Camões e Prémio Pessoa, recebeu também o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, o Prémio da Academia Francesa, e foi agraciado com as Grã-Cruz da Ordem de Sant`Iago da Espada da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade.

Foi ainda nomeado Oficial da Legião de Honra da França e consagrado doutor `Honoris Causa` pelas universidades do Rio de Janeiro, de Coimbra, Nova de Lisboa e de Bolonha.

Autor de mais de 40 títulos, que testemunham "um olhar inquietante sobre a realidade", como destacaram os seus pares, tem em "Os Militares e o Poder", "Labirinto da Saudade", "Fernando, Rei da Nossa Baviera" e "Tempo e Poesia" algumas das suas principais obras.

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