Presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova defende fundos comunitários para o eixo da romanização

por Lusa

O presidente do município de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, defendeu hoje a criação de um programa de financiamento comunitário para o eixo da romanização no próximo quadro comunitário (2030), devido ao potencial turístico e cultural.

"O país tem que decidir se é ou não importante investir nesta área, porque as Câmaras Municipais, com a amplitude de competências a que têm de atender, não têm capacidade orçamental para ir mais além", disse Nuno Moita à agência Lusa.

O autarca lamenta que o quadro comunitário 2020 não tenha disponibilizado apoios para aquela área e entende que "deve haver uma aposta em programas específicos para o eixo da romanização, como há para as Aldeias de Xisto ou para as florestas".

Nuno Moita realça que "parece haver um grande consenso sobre o potencial do património romano de que Portugal é detentor sobre o desenvolvimento dos territórios", mas considera "incompreensível que não haja disponibilidade para alocar apoios comunitários a investimentos no eixo da romanização".

"Temo-lo feito no município, mas estamos no limite do orçamento. Parece-nos que o património romano é um vetor fundamental de desenvolvimento, mas gostávamos de ver um maior compromisso nacional com esse objetivo", frisa.

O presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova salienta que, só na região de Coimbra, as ruínas romanas de Conímbriga, o museu PO.RO.S, Rabaçal (Penela) e o Museu Machado e Castro (Coimbra) totalizam mais de 300 mil visitas anuais.

"O eixo da romanização é muito importante ao nível regional e nacional, sendo um produto já estabilizado, pelo que devia ter uma atenção específica para a sua promoção turística e cultural e para a parte arqueológica e preservação", sustenta Nuno Moita.

As ruínas de Conímbriga, em Condeixa-a-Nova, que atraem cerca de 100 mil visitantes por ano, "só têm um sexto da sua área a descoberto e precisam de mais investimento" para disponibilizar mais áreas de visitação.

O autarca anunciou ainda que, no início de março, será formalizada a Associação de Municípios do Portugal Romano, constituída por vários municípios do país, que "pode ser um instrumento" para gerir um fundo específico para o eixo da romanização.

A ideia partiu do município de Condeixa-a-Nova que desafiou os restantes municípios portugueses com património romano a associarem-se ao projeto.

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