Projeto Coriolis visa colmatar necessidades de gestão de 30 organizações culturais do Norte

por Lusa

A companhia Instável -- Centro Coreográfico coordena um projeto, intitulado Coriolis, que visa promover a sustentabilidade e colmatar necessidades relacionadas com a gestão, comunicação e financiamentos de 30 organizações culturais de artes performativas da região Norte, revelou hoje a responsável.

Em declarações à agência Lusa, Catarina Serrazina explicou que o projeto, desenhado em 2019, que se consubstancia em ações de formação, depois de identificadas necessidades, e de colaboração entre estruturas, tem o intuito de "promover a sustentabilidade e a capacidade das organizações culturais de artes performativas" da região Norte, nomeadamente, nas áreas da dança, do teatro, de novo circo e cruzamentos disciplinares.

"O projeto foi desenhado num contexto muito diferente e ficamos contentes que seja ainda mais útil e necessário tendo em conta a situação em que se vive atualmente", afirmou a responsável, numa referência à pandemia e ao seu impacto no setor.

Numa altura em que "a maior parte destas organizações está com a sua atividade afetada", Catarina Serrazina afirmou que é "um período excecional para o desenvolvimento das suas próprias capacidades", bem como para o melhoramento dos seus procedimentos.

"O objetivo é voltarem-se para dentro e fazerem o possível para sair desta crise mais capazes", salientou.

O projeto Coriolis -- Movimento Sustentável iniciou-se em setembro de 2020, com um estudo de diagnóstico das necessidades destas organizações, conduzido pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho.  

Finalizado em fevereiro, o estudo de diagnóstico, que apontou diferentes necessidades de formação, permitiu o "desenho" do programa para responder a essas lacunas e de colaboração do projeto.

"São variadíssimas as necessidades relacionadas com a gestão organizacional, comunicação, acesso a financiamento, elaboração de melhores candidaturas e estratégias", esclareceu a responsável.

Até junho, vão ser dinamizados 14 módulos de formação, contando cada um com 13 horas de duração que, devido à pandemia, vão decorrer via `zoom`.

Das 90 organizações de todo o país que se candidataram, foram selecionadas 30 que "cumprem os requisitos e objetivos do programa de financiamento", e que vão integrar o programa de formação, dinamizado por especialistas convidados para colmatar as necessidades identificadas no estudo.

"A ideia é que os participantes coloquem `a mão na massa` e desenvolvam melhores instrumentos de trabalho, que possam utilizar no dia-a-dia das suas organizações", acrescentou Catarina Serrazina.

Com o intuito de capacitar estas 30 organizações a desenvolverem procedimentos de gestão "mais eficazes", melhores métodos de comunicação, de modo a ficarem menos dependentes de fontes únicas de financiamento, o projeto conta ainda com um programa de colaboração, coordenado pela entidade parceira do projeto, a Rede Inducar.

"A Rede Inducar está responsável por facilitar o programa de colaboração. O projeto incide num programa de formação e num de colaboração onde se incentiva a aproximação entre organizações participantes, a partilha de melhores práticas e uma colaboração mais informal", afirmou.

O projeto, que termina em abril de 2022, é financiado em 20 mil euros pelo programa EEA Grants, Mecanismo Financeiro Plurianual, que visa desenvolver ações para reduzir disparidades sociais e económicas na Europa, resultante do Acordo do Espaço Económico Europeu (EEE), dos Estados-Membros da União Europeia, com a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega.

O Coriolis -- Movimento para a Sustentabilidade enquadra-se no Eixo 4 do programa Cidad@os Ativos, promovido em Portugal pelo consórcio Fundação Bissaya Barreto e a Fundação Calouste Gulbenkian.

O nome remete para o efeito Coriolis, da Física, que diz respeito ao impacto de diferentes forças nos corpos em movimento.

 

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