Projeto promove residências e instalações sonoras e visuais na nascente do Lis

por Lusa

A nascente do Lis, nas Fontes, em Leiria, vai ser o espaço expositivo de um projeto que desafia artistas do concelho e de fora a criarem instalações sonoras e visuais, que têm como ponto de partida uma conversa com investigadoras.

O projeto "Nascentes", que arranca no sábado e se estende ao longo de cinco semanas, desafia 20 artistas a fazerem cocriações sonoras e visuais, que ficarão expostas no caminho pedonal que liga a localidade das Fontes até à Grota, a nascente do Lis, anunciou hoje a organização.

Organizados em duplas (dois para cada cocriação visual e sonora), o processo criativo arranca a cada sábado, com uma tertúlia em que uma investigadora das ciências sociais reflete sobre um tema.

Até à sexta-feira seguinte, os artistas vão estar em residência artística no Serra - Espaço Cultural, a um minuto das Fontes, onde trabalham numa criação conjunta.

"A Nascente como criação", "O aparecimento do ser humano", "O encontro com outros", "O misticismo, a crença e religião" e "A organização social" são os cinco temas que servem como mote de partida para o processo criativo de cada grupo de artistas, referiu a organização.

"As conversas com as investigadoras serão uma partilha de conhecimento que pode ser informal, mas não se define propriamente o rumo, é como a água. Podemos fazer um carreiro, mas o rio ou a ribeira pode encontrar outros cursos ou outros caminhos", disse à agência Lusa o diretor artístico do projeto, Gui Garrido.

No projeto, participam os artistas visuais Sara & André, Paulo Sellmayer, Miguel Rondon, Lisa Teles, Tiago Baptista, Nuno Gaivoto, Gonçalo Pena, Leonardo Rito e Valter Vinagre.

Pedro Pestana, Vasco Silva, Surma, Hasselberg, Edgar Valente, João Cabrita, Pedro Melo Alves, Labaq, Inês Bernardo e César Cardoso são os músicos responsáveis pelas cocriações sonoras.

"Este projeto já vem de um caminho, que tem a ver com uma série de pessoas que têm o seu espaço no Serra e que estão bastante perto das Fontes e da nascente do Lis", explicou Gui Garrido.

A iniciativa procura também refletir sobre o conceito de nascente, que "tem os seus desvios, que tem os seus percalços", notou, salientando que espera que a iniciativa também provoque outros caminhos, num cruzamento entre diferentes artistas, com diferentes sensibilidades, de Leiria e de fora.

A exposição a céu aberto, que vai crescendo ao longo das cinco semanas, não tem para já uma data de término.

"Enquanto a comunidade a abraçar e fizer sentido, ela manter-se-á", realçou.

O projeto é uma produção da cooperativa Ccer Mais, que gere a editora Omnichord.

Além da exposição, o projeto irá também contar com um `podcast` sobre os diferentes processos de criação e um livro, que vai procurar documentar toda a iniciativa.

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