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Quinta da Cruz em Viseu recebe espólio de José Mouga

por Lusa

A Quinta da Cruz - Centro de Arte Contemporânea de Viseu vai receber o espólio do artista José Mouga, que inclui 120 telas, no âmbito de um acordo entre a sua família e a autarquia, que foi hoje aprovado.

"É a pedra posta num caminho de irreversibilidade da Quinta da Cruz enquanto centro de arte contemporânea", disse aos jornalistas o vereador da Cultura, Jorge Sobrado, no final da reunião do executivo camarário.

No seu entender, "aquilo que faz um centro de arte contemporânea não é uma galeria, é dispor de coleções próprias que depois possam ser investigadas" e andar em itinerância pelo país e pelo estrangeiro.

Segundo Jorge Sobrado, é isso que acontecerá na sequência do acordo com a família de José Mouga (considerado um dos grandes nomes da arte contemporânea dos séculos XX e XXI), com a incorporação do seu espólio de pintura, desenho, escultura e cadernos de registo, entre outros, na Quinta da Cruz, e a sua doação parcial (de 50%) ao município.

O vereador explicou que, na Quinta da Cruz, "será criada uma reserva visitável da obra de José Mouga, em condições técnicas que estão já a ser preparadas", começando ainda este mês o transporte das obras de Cascais para Viseu.

Natural de Viseu, José Mouga nasceu em 1942 e morreu em 2016. No seu ateliê de Cascais mantém-se "grande parte do seu espólio que não foi vendido ou distribuído pelas coleções de arte contemporânea em Portugal e no estrangeiro", contou.

Jorge Sobrado, que visitou o ateliê em 2019, disse que estavam guardadas, "em condições muito precárias, mais de 120 telas de médio/grande formato do artista" e "um espólio não inventariado de desenhos, estudos, pequenas pinturas de formato menor, esculturas, cadernos de trabalho e de anotações do artista", documentos "muito importantes para testemunhar o legado e a obra artística de José Mouga".

A negociação com a família, que se concretiza no acordo agora aprovado, permitirá "salvaguardar um vasto espólio do artista, em boas condições técnicas", frisou.

O vereador referiu que "há também uma agenda de investigação com universidades portuguesas e estrangeiras, que está a ser objeto de protocolos e que permitirá iniciar um trabalho de investigação, de documentação e de valorização do espólio".

Na sua opinião, este é também "um ato de justiça histórica para com o nome de José Mouga", uma vez que, de acordo com a família, "este regresso a Viseu era muito desejado" por ele.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, disse que hoje foi ainda aprovado um acordo de colaboração com Associação Portuguesa de Educação Ambiental, no valor de 15 mil euros, que visa a "promoção, salvaguarda e reconhecimento dos valores ambientais da Quinta da Cruz".

No âmbito deste acordo, pretende-se desenvolver "um programa estruturado e continuado para a sensibilização ambiental e preservação do ecossistema local, partindo da extensão verde deste espaço e podendo ser alargado a todo o concelho".

"Pretende-se ainda promover a valorização do ecossistema do Rio Pavia, a preservação das suas margens e a salvaguarda da biodiversidade, através de iniciativas de cooperação científica, investigação, formação académica e ações educativas destinadas a públicos diversificados", acrescentou.

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