The XX com concerto emocionado para 16 mil pessoas

por Lusa

Lisboa, 20 jul (Lusa) -- Os The XX encerraram na quinta-feira, no festival Super Bock Super Rock (SBSR), em Lisboa, a digressão europeia com um concerto emocionado para cerca de, segundo a organização, 16 mil pessoas.

Foi em lágrimas que o baixista Oliver Sim lembrou, já o concerto ia a meio, que a banda anda em digressão há dois anos e que "a vida tem acontecido" enquanto estão em palco: "coisas aconteceram, nasceram bebés".

"Tomem conta de vocês, quero que se divirtam e aproveitem", disse o músico, dedicando "Shelter" a "todas as pessoas LGBTQ [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais] aqui hoje". "Eu adoro-vos, eu vejo-vos", afirmou.

Ao longo de pouco mais de uma hora, a banda passou em revista os três álbuns que gravou desde 2009, com o público a assumir o papel de coro em "Islands", "I dare you" e "On hold".

"Loud places", "VCR", "Crystalised" e "Intro" foram outros dos temas incluídos no alinhamento do concerto, que encorrou ao som de "Angels".

Já perto do fim, de mão no coração e visivelmente emocionada, a guitarrista Romy Croft agradeceu várias vezes ao público por "toda a energia e amor".

A relação afetiva da banda com o público português recua a 2010, quando se estrearam em Portugal na Aula Magna, em Lisboa, e saiu mais uma vez reforçada no concerto de quinta-feira.

Horas antes, enquanto no Altice Arena os músicos portugueses recordavam o guitarrista Zé Pedro, a uns metros dali, debaixo da pala do Pavilhão de Portugal reinava o poder da `soul`, com o músico norte-americano Lee Fields, acompanhado dos The Expressions.

Num impecável fato branco debruado a lantejoulas, com um estilo, porte e voz que fazem lembrar James Brown -- não é por acaso que alcunha dele é "Little J.B." -- Lee Fields prestou homenagem a dois cantores da música `soul` recentemente desaparecidos: Sharon Jones e Charles Bradley.

Lee Fields, que se estreou em 1969, perguntou ao público do SBSR se tinha `soul` e cantou sobretudo sobre o amor, para superar "as cenas maradas que se passam no mundo".

Ao longo da tarde e noite, neste palco junto ao icónico edifício de Álvaro Siza ouviu-se ainda o `punk rock` dos portugueses Parkinsons, o revivalismo pop-psicadélico dos Temples, a `pop` eletrónica dos Parcels e o `rock` inglês dos The Vaccines.

No palco dedicado à música portuguesa, junto à escadaria do Altice Arena, o festival deu mais visibilidade a Vaiapraia e as Rainhas do Baile e a Filipe Sambado e os Acompanhantes de Luxo, fechando as atuações com Mirror People, Rui Maia dos X-Wife.

O primeiro dia do SBSR prossegue até às 04:00 de hoje, dentro do Sala Tejo do Altice Arena, com Mahalia e Songhoy Blues.

O 24.º SBSR decorre até sábado no Parque das Nações, em Lisboa.

Tópicos
pub