Cerca de 70 trabalhadores do Organismo de Produção Artística (Opart) estão concentrados junto ao Palácio da Ajuda em Lisboa, para exigirem ao Ministério da Cultura melhores condições de trabalho e o fim de situações precárias.
O protesto decorre durante uma reunião de dirigentes do CENA-STE - Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos, com a tutela da Cultura, para apresentação de várias reivindicações de trabalhadores da Companhia Nacional de Bailado (CNB), Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) e Teatro Nacional de São Carlos.
"Resgate da missão artística no Opart", "Sala de ensaio para a OSP - 25 anos à espera", "Estatuto do bailarino - 26 anos de luta - CNB", "Não ao corte orçamental! Cultura acima de 0%" são reivindicações que os trabalhadores empunham, em faixas, separados da entrada do palácio por agentes da PSP e um gradeamento de metal.
Nesta reunião com a tutela, segundo indicou na segunda-feira o CENA-STE, em comunicado, além da situação dos trabalhadores do Teatro Nacional de São Carlos e da CNB, "serão também abordados temas de outras entidades de criação artística que dependem diretamente do Orçamento do Estado, tais como os teatros nacionais D. Maria II e São João, Casa da Música e orquestras regionais".
Anteriormente, a 05 de março, cerca de 200 trabalhadores do Opart, entre eles cantores e bailarinos, também se tinham manifestado numa concentração em frente ao Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, após a realização de um plenário, para exigirem a resolução da "suborçamentação e precariedade" que dizem afetar a instituição.
Em declarações à agência Lusa, na altura, André Albuquerque, do CENA-STE, tinha indicado que a entidade sindical iria pedir uma audiência ao ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, para apresentar as reivindicações "sobre as quais não têm resposta desde novembro do ano passado".
A criação de um Estatuto do Bailarino, "problema que persiste há 27 anos", uma sala de ensaios para a OSP, o cumprimento da "missão artística do TNSC e da CNB", aumento dos salários, o fim da "precariedade e colmatar postos de trabalho em falta" são algumas dessas reivindicações.