"Uma figura gigantesca da arte contemporânea portuguesa"

por Lusa

Lisboa, 22 mai (Lusa) -- O BE considerou o artista plástico Júlio Pomar "uma figura gigantesca da arte contemporânea portuguesa" e que, apesar da sua morte, hoje, aos 92 anos, o legado que deixa vai continuar a permitir interpelá-lo.

Em declarações à agência Lusa, o deputado do BE Jorge Campos sublinhou que "Júlio Pomar não é apenas um grande artista português, mas também um artista universal".

"Júlio Pomar é uma figura gigantesca da arte contemporânea portuguesa e alguém que manteve uma atividade permanente de diálogo com a realidade na qual se insere", enalteceu.

Para Jorge Campos, a morte do artista plástico "naturalmente que é uma grande perda, mas o seu legado, tal como a sua figura, é igualmente gigantesco".

"Esta obra que nos fica e esta obra que nos deixa vai seguramente continuar a permitir-nos interpelá-lo e interpelarmo-nos em função daquilo que ele nos deixa e que é uma reflexão muito profunda sobre aquilo que somos, quem somos, onde estamos e para onde queremos ir", observou.

De acordo com o deputado do BE, Júlio Pomar "desde muito novo conviveu com grandes vultos da cultura contemporânea portuguesa".

"Depois vai para o Porto - suponho que em 1944 - e aí integra um grupo muito irreverente, o chamado grupo dos independentes, onde convive com artistas de grande notoriedade, como o Nadir Afonso, Júlio Resende e sobretudo do Fernando Lenhas, de quem ele era muito amigo", contou.

A atenção que o artista plástico dedicou "ao real naturalmente que se cruza com os caminhos do neorrealismo", sublinhando o bloquista o facto de Pomar ter sido "um cidadão muito ativo e politicamente muito empenhado, que inclusivamente conheceu as prisões do fascismo".

O artista plástico Júlio Pomar morreu hoje aos 92 anos no Hospital da Luz, em Lisboa.

Pintor e escultor, nascido em Lisboa em 1926, Júlio Pomar é considerado um dos criadores de referência da arte moderna e contemporânea portuguesa.

O artista deixa uma obra multifacetada que percorre mais de sete décadas, influenciada pela literatura, a resistência política, o erotismo e algumas viagens, como a Amazónia, no Brasil.

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