Vale do Côa abre candidaturas destinadas projetos científicos no valor de 2 ME

por Lusa

Vila Nova de Foz Côa, Guarda, 15 jun 2019 (Lusa) - A Fundação Côa Parque anunciou hoje a abertura de candidaturas para o desenvolvimento de projetos científicos no Vale do Côa, com uma dotação financeira de dois milhões de euros, provenientes da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

"Estas candidaturas visam financiar propostas de investigação, que tenham incidência no território Vale do Côa. Este foi um anúncio do senhor ministro da Ciência e Tecnologia, que tem agora a sua concretização prática. O objetivo é promover a investigação no âmbito interdisciplinar e pluridisciplinar neste território", explicou à Lusa o presidente da Fundação Côa Parque (FCP), Bruno Navarro.

Segundo um documento a que a Lusa teve acesso, as candidaturas podem ser feitas individualmente ou em parceria. Podem candidatar-se a este financiamento entidades não empresariais de investigação e inovação - como instituições de ensino superior - ou empresas inseridas em projetos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico, lideradas por entidades não empresariais de investigação e inovação.

"É importante que se promova a arqueologia, que é naturalmente a área científica que justifica a existência do Parque Arqueológico do Vale do Côa e do próprio Museu do Côa, mas que consiga ter novas abordagens temáticas, e que vão desde a observação e conhecimento da Terra, passando ao clima e alterações climáticas, a origem da vida e dinâmicas de alteração sociocultural ao longo do tempo, neste território", especificou o responsável pela FCP.

Bruno Navarro adiantou que "quase todas" as temáticas relacionadas com o Parque Arqueológico do Vale do Côa e Museu do Côa, são elegíveis para financiamento "nesta convocatória temática especial".

"Há uma notícia muito feliz nesta convocatória: finalmente, passado mais de 20 anos, sobre a constituição do Parque Arqueológico do Vale do Côa, este território recebe uma atenção muito especial parte do poder político, estando definitivamente integrado na agenda nacional da ciência e investigação. Nunca como hoje a Arte do Côa esteve tão aberta à comunidade científica", vincou o responsável.

Segundo o mesmo documento, as candidaturas ao programa do "Vale do Côa Internacional Research Awards - Programa Internacional de Investigação sobre o Vale do Côa" financia trabalhos sobre as alterações climáticas ou as dinâmicas de interação socioculturais ao longo do tempo.

A apresentação de propostas estão abertas até 31 de julho às 17:00 (hora em Portugal Continental e Madeira), e os trabalhos podem ser financiados até 300 mil euros.

A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em toda a Europa, de acordo com arqueólogos.

Aquando da descoberta da "Arte do Côa", os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de manifestações do Paleolítico Superior (de 25 mil a 30 mil anos atrás) e estar-se perante "um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo".

Desde agosto de 1996, o Parque Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a vários núcleos de gravuras, como Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos.

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