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Vasco Pulido Valente. "Foi uma das figuras mais marcantes do espaço público em democracia", diz PR

por Lusa

O Presidente da República lamentou hoje a morte do historiador e colunista Vasco Pulido Valente, descrevendo-o como "estrangeirado, pessimista, desalinhado, cáustico" e considerando-o "uma das figuras mais marcantes do espaço público português em democracia".

Numa nota publicada no portal da Presidência da República na Internet, em reação à notícia da morte de Vasco Pulido Valente, hoje, em Lisboa, aos 78 anos, Marcelo Rebelo de Sousa elogia o seu "génio analítico, que não poupava ninguém".

"O Presidente da República, que inúmeras vezes foi, ao longo da sua vida, objeto dessa impiedosa independência crítica, e que sempre admirou muito, apresenta à família de Vasco Pulido Valente as suas sentidas condolências", acrescenta o chefe de Estado.

Nesta nota, Marcelo Rebelo de Sousa evoca Vasco Pulido Valente como "académico, historiador, jornalista, colunista, homem político" e considera que "foi uma das figuras mais marcantes do espaço público português em democracia".

"Escreveu na imprensa durante décadas, antes e depois da Revolução (O Tempo e o Modo, Almanaque, O Tempo, Expresso, Diário de Notícias, O Independente, Kapa, Público, Observador), publicou duas dezenas de livros e coletâneas de artigos, esteve à direita com a AD e à esquerda com o MASP, foi secretário de Estado da Cultura, diretor de jornal, deputado, professor no Instituto de Ciências Sociais e da Universidade Católica", recorda.

O chefe de Estado refere que, "do ponto de vista académico, ficou sobretudo conhecido pela tese de doutoramento sobre a República, obra revisionista e ainda hoje polémica", mas que "também escreveu estudos e ensaios biográficos acerca de figuras oitocentistas e novecentistas, privilegiando uma História narrativa, essencialmente política, que acentuava certos eternos retornos que seriam uma sina portuguesa".

No seu entender, Vasco Pulido Valente, "como colunista, esteve quase sempre `às avessas`, para citar o título de um dos seus livros".

O Presidente da República descreve-o como um "estrangeirado, pessimista, desalinhado, cáustico", que "era admirado como estilista mesmo por quem não partilhava das suas opiniões e humores" e que "tentou perceber Portugal, `país das maravilhas` ao qual dedicou muitos sarcasmos, mas também o trabalho, a atenção e o empenho de toda uma vida, à vista de todos".

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