Visitantes do Museu dos Coches são estrangeiros com mais de 40 anos

por Lusa

Lisboa, 10 jul 2019 (Lusa) -- Os visitantes do Museu Nacional dos Coches (MNC), em Lisboa, são, na maioria, estrangeiros e têm em média 46 anos, revela um estudo de públicos dos museus nacionais realizado em 2015, hoje divulgado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Trata-se do primeiro estudo realizado a 14 museus nacionais, por investigadores universitários, cujos resultados globais foram anunciados em 2016, e que têm vindo a ser divulgados individualmente, sendo este hoje apresentado no MNC, em Lisboa.

De acordo com o estudo, que foi realizado com base em inquéritos aos visitantes, os públicos do MNC têm uma maioria de estrangeiros na sua composição, com 77% estrangeiros, dos quais dois por cento residem em Portugal.

Ao todo, são 62 as nacionalidades representadas, entre as quais se destaca França, com mais de um terço dos estrangeiros, e ainda Espanha, Estados Unidos e Brasil (10%, 7% e 5%, respetivamente).

Somados, os públicos provenientes destes quatro países representam mais de metade dos estrangeiros, segundo o documento.

Quanto aos públicos de nacionalidade portuguesa "representam 23% (e, destes, dois por cento residem no estrangeiro), valor muito abaixo do conjunto dos museus participantes no estudo", acrescenta o documento a que agência Lusa teve acesso.

Comparando com o conjunto dos museus participantes, o perfil social predominante dos públicos do MNC é superior no que diz respeito à idade (a média é de 46 anos contra 42 no conjunto), menos escolarizado (68% com pós-secundário, contra 73%), com um nível de feminização semelhante (55% são mulheres, quando no global representam 56%) e com menor predominância nas profissões de especialistas das atividades intelectuais e científicas (51% contra 61%).

No MNC os públicos estrangeiros são relativamente mais escolarizados e qualificados em termos profissionais do que os nacionais, indica ainda o estudo.

Os públicos nacionais residem maioritariamente na Área Metropolitana de Lisboa (63%), e também nas regiões do Norte e Centro (ambos com 14%).

Os públicos são provenientes de todos os continentes, embora com a predominância europeia, que significa 78% do total.

Quanto às visitas ao MNC, predominam os públicos estreantes com 86% (valor acima da média do conjunto, que é 81%).

Entre os que já tinham visitado anteriormente o MNC, prevalecem os que realizaram a visita há mais de dois anos (46%), valor acima do conjunto de museus estudados (37%), seguidos pelos públicos que tinham visitado o museu quando eram crianças (21%), valor acima do geral (11%).

A duração da visita ao MNC situa-se, para uma parte significativa dos públicos (60%), entre os 30 e os 60 minutos, ou seja, predominam as visitas relativamente rápidas, facto reforçado pelo peso considerável das visitas entre uma a duas horas (24%).

Relativamente às expectativas iniciais quanto aos conteúdos expositivos, 44% dos públicos considera que corresponderam ao esperado e, entre os restantes, uma parte substancial julga que se situou acima (35%) ou mesmo muito acima (14%) do esperado.

O Estudo de Públicos de Museus Nacionais (EPMN) é o primeiro realizado no país que compreende uma amostra representativa, com mais de 13.000 questionários validados, mais alargado no tempo - 12 meses de recolha de informação - e no número de museus abrangidos.

O estudo do perfil dos visitantes do MNC é 9.º a ser divulgado, tendo já sido apresentados, entre outros, o do Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional do Azulejo, o Museu Nacional de Arqueologia, estes em Lisboa, e do Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto.

Na segunda-feira, foi apresentado o estudo de públicos do Museu Monográfico de Conímbriga - Museu Nacional, em Condeixa-a-Nova, Coimbra.

O EPMN -- que teve o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp e da Oni Telecom/empresa portuguesa de telecomunicações -- foi realizado com base em dados obtidos através de um inquérito individual, realizado numa plataforma informática instalada no museu.

O objetivo da DGPC, de acordo com uma nota de imprensa divulgada, é que os estudos dos restantes museus nacionais participantes sejam divulgados até ao final de 2019.

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