`Vistos gold` e investimento chinês fazem disparar tutorias de português

por Lusa

O diretor do Instituto Português do Oriente (IPOR) disse à agência Lusa que o número de tutorias de português quase duplicou este ano, muito devido aos `vistos gold` e ao investimento chinês nos países lusófonos.

Com mais de três meses para terminar o ano e o número de horas de tutorias de aprendizagem da língua portuguesa em relação a 2018 já cresceu quase para o dobro, ultrapassando o meio milhar de horas, salientou, em entrevista, Joaquim Coelho Ramos.

"Só nos primeiros dois meses deste ano económico ultrapassámos o número de tutorias do ano passado todo", reforçou o responsável pelo IPOR, instituição que assinala na quinta-feira 30 anos de vida em Macau e de atividade na Ásia.

Se em 2015 foram apenas contabilizadas 23 horas de tutorias, em 2018 registaram-se 289, contra as 520 deste ano.

"Quando perguntamos nas fichas de inscrição o `porquê` reparamos que muitos dos interessados são, por exemplo, empresários com vontade de investir ou em Portugal ou num país de língua portuguesa", assinalou o diretor, em funções desde agosto de 2018.

"Estão com investimentos em Portugal ou de alguma maneira inseridos na dinâmica dos `vistos gold`", acrescentou.

O `visto gold` é uma autorização de residência para atividade de investimento em Portugal concedida a estrangeiros fora da UE.

As aulas ministradas à distância, por videoconferência, são cada vez mais populares. "Aqueles que não têm disponibilidade para assistir a uma aula, sempre na mesma hora e no mesmo dia, pretendem algo flexível, mas que produza resultados", frisou.

Tal acontece seja a partir de Hong Kong ou de Shenzen (cidade chinesa adjacente à antiga colónia britânica), onde muitos residem, ou a partir do Dubai, se se encontrarem em viagem: "Para isso basta combinar com o professor", explicou Joaquim Coelho Ramos.

O IPOR conta com 27 funcionários a tempo inteiro que, com o apoio de algumas colaborações, procuram assegurar a vocação prioritária de promover o ensino da língua portuguesa, com uma vertente complementar focada na ação cultural.

Fundado a 19 de setembro de 1989 pela Fundação Oriente e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, o IPOR exerce a atividade, além de Macau, em países como o Vietname, Tailândia e Austrália, estando para breve a concretização também de projetos em Pequim e Chengdu (China) e Nova Deli (Índia).

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