3,2% em vez de 1,8%: Marcelo espalha otimismo com crescimento económico

por RTP
Ricardo Castelo - Lusa

O Presidente da República estima que o crescimento deste ano fique nos 3,2 por cento. As previsões do Chefe de Estado foram reveladas pelo próprio a um grupo de deputados croatas, num momento que foi captado pelas câmaras da RTP. Confrontado pelos jornalistas, o chefe de Estado não repetiu o número.

O número apontado por Marcelo Rebelo de Sousa é muito superior à meta apresentada pelo Governo: 1,8 por cento. O Presidente da República apresenta-se também mais otimista do que o Governo no que diz respeito ao défice.

“As coisas estão a melhorar em Portugal muito rapidamente e muito bem. Os últimos números indicam uma taxa de crescimento de 2,8 por cento e penso que no final do ano será de cerca de 3,2 por cento”, afirmou o Presidente perante os parlamentares croatas.

O momento foi captado pela equipa de reportagem da RTP, que estava a recolher imagens do encontro entre o Chefe de Estado e os deputados da Croácia.

O Presidente da República explicou que estes valores são “uma grande surpresa", lançando ainda uma previsão para o défice: 1,4 por cento. “O que é muitíssimo bom”, enfatizou perante os deputados de Zagreb.

Algum tempo depois da previsão feita por Marcelo aos deputados croatas, a RTP questionou diretamente o Presidente sobre o assunto. Marcelo Rebelo de Sousa não repetiu o número, tendo afirmado que o importante é realçar o crescimento económico do país.

"Eu disse que é uma hipótese que não está afastada o poder haver uma evolução positiva da economia, se ela vier de trás, que aponte para a confirmação destes números", explicou aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que nunca divulgou estes dados "porque ninguém pode revelar uma realidade que não existe". E acrescentou: "Eu digo que é um dos cenários possíveis, um défice mais baixo e um crescimento mais alto".
3,2% vs. 1,8%
As duas previsões feitas pelo chefe de Estado são muito mais otimistas do que os números inscritos pelo Governo de António Costa no Programa de Estabilidade. O Executivo espera que a economia portuguesa cresça 1,8 por cento este ano, depois de ter crescido 1,4 por cento em 2016.

O défice de 1,4 por cento previsto agora por Marcelo é também inferior à estimativa escrita pelo Governo no programa de Estabilidade: 1,5 por cento.

No princípio da semana, o Instituto Nacional de Estatísticas indicou que o Produto Interno Bruto cresceu 2,8 por cento no primeiro trimestre, em termos homólogos. Um crescimento trimestral homólogo que não se verificava desde o último trimestre de 2007 e que surpreendeu os analistas.

Em 2016, a economia portuguesa cresceu 1,4 por cento. Portugal não apresenta uma taxa de crescimento anual superior a três por cento desde 2000.
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