Aeroporto do Montijo só depois do estudo de impacto ambiental

por Alexandre Brito - RTP
O aeroporto da Portela está a atingir a capacidade máxima, pelo que as transportadoras aéreas têm exigido alternativas rápidas RTP

O ministro do Planeamento garante que o aeroporto do Montijo não começará a ser construído sem que antes seja conhecido o estudo de impacto ambiental. Pedro Marques adianta no entanto que arrancam já na próxima semana as negociações técnicas e financeiras para a empreitada.

"Ninguém fará nenhum aeroporto sem cumprir integralmente todas as medidas do estudo de impacto ambiental", afirmou esta manhã o ministro do Planeamento. 

O Estado e a ANA - Aeroportos de Portugal assinam na próxima semana o modelo de financiamento da expansão aeroportuária da zona de Lisboa, no Montijo. Resultado de difíceis negociações, disse esta manhã Pedro Marques, "porque estamos a negociar com uma empresa que tem o monopólio dos aeroportos portugueses e, por isso, com o Estado a negociar numa posição bastante difícil. Mas ao fim de bastante tempo de negociação, de intensidade de negociação grande, chegámos a um acordo importante que viabiliza a realização do investimento".

Acontece que o estudo de impacto ambiental ainda não foi concluído. Questionado sobre isso, o ministro do Planeamento afirmou que "está absolutamente fora de questão que alguém esteja a pensar fazer um aeroporto sem cumprir todas as medidas de declaração de impacto ambiental".

Mas, acrescentou, "como imaginam, não se poderia realizar um aeroporto sem definir que aeroporto se iria fazer e como é que ele ia ser pago".
Decisão precipitada, defendem ambientalistas
Também esta manhã, na TSF, Carla Graça da associação ambientalista ZERO, afirmava que o Governo não devia assinar qualquer acordo antes de saber as conclusões do estudo de impacto ambiental, evitanto assim "um facto consumado".

A ambientalista acrescenta que a construção do aeroporto não "tem pernas para andar" caso o resultado do estudo seja negativo. "Há, de facto, aqui uma precipitação", disse na TSF. "Parece-me também a mim que há aqui uma forma de pressão e que, no nosso entender, é absolutamente inaceitável sobre a administração. O estudo não está concluído, aliás, nem poderia estar, porque para se avaliar o impacto das aves tem que se avaliar no ciclo mais crítico no estuário do Tejo que é, precisamente, o período do outono/inverno até ao início da primavera."
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