O Governo sul-africano anunciou hoje a contratação de um empréstimo de 750 milhões de dólares (662 milhões d euros) junto do Banco Mundial para acelerar a recuperação económica do país devido à crise provocada pela pandemia da covid-19.
"Este empréstimo visa acelerar os esforços do Governo da África do Sul na proteção dos pobres e vulneráveis dos impactos socioeconómicos adversos da pandemia e apoiar uma recuperação económica resiliente e sustentável", referiu o Tesouro sul-africano, em comunicado a que a Lusa teve acesso.
"O apoio orçamental do Banco Mundial chega num momento crítico para o país e contribuirá para colmatar o défice de financiamento decorrente de gastos adicionais em resposta à crise da covid-19", adiantou Dondo Mogajane, diretor-geral do Tesouro Nacional da África do Sul, citado na nota.
De acordo com o responsável sul-africano, o financiamento permitirá ao Governo "enfrentar o desafio imediato de financiar programas críticos de saúde e da rede de segurança social", sublinhando que Pretória necessita de, em simultâneo, desenvolver reformas económicas para "reconstruir melhor" no âmbito da implementação do Programa de Recuperação e Reconstrução Económica (ERRP) da África do Sul.
"Também aumenta a estabilidade do setor financeiro, especificamente o estabelecimento de um esquema de seguro de depósito, apoiando ainda o compromisso da África do Sul para com as alterações climáticas", frisou.
O empréstimo, de mais de 11,3 mil milhões de rands, complementa os empréstimos que o país garantiu em 2020 junto do Fundo Monetário Internacional, do Novo Banco de Desenvolvimento e do Banco de Desenvolvimento da África para financiar os mesmos objetivos, segundo o comunicado do Tesouro Nacional sul-africano.
"Sendo a segunda maior economia de África, o desempenho económico da África do Sul tem efeitos colaterais em outros países da região. A sua recuperação e desenvolvimento económico proporcionará um impulso económico a toda a região", lê-se na nota.
A África do Sul é o país do continente africano mais afetado pela covid-19, com mais de 3,5 milhões de casos e perto de 94 mil mortos.
A covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.