Ataque informático a empresa sul-coreana baixa valores de bitcoin

por RTP
O ciberataque provocou uma perda de 30 por cento dos câmbios da Coinrail Marco Bello - Reuters

A Coinrail, empresa de câmbio de moeda virtual sul-coreana, declarou que o seu sistema foi invadido durante o fim-de-semana, desencadeando uma queda acentuada nos valores de bitcoin.

A empresa de moeda virtual informou esta segunda-feira que foi vítima de um ciberataque que provocou uma perda de 30 por cento dos câmbios da Coinrail.

Ainda que a empresa não tenha conseguido especificar os valores desta percentagem, já adiantou que foi aberta uma investigação para detetar a origem do ataque. Os restantes 70 por cento de câmbio encontram-se seguros numa plataforma que não está diretamente ligada à internet.

A investida contra a Coinrail levou a que os valores de bitcoin descessem em mais de 11 por cento. Esta segunda-feira, às 11h45, um bitcoin correspondia a 6764,34 dólares, de acordo com a Bloomberg. Às 21h00 de sexta-feira, ainda antes do ataque, o mesmo bitcoin valia 7646,27 dólares.

O valor de bitcoin atinge assim os valores mais baixos desde abril deste ano.

Esta não foi a única moeda virtual em queda. O ethereum e o ripple perderam 11 e 14 por cento, respetivamente, em comparação aos valores que registavam na noite de sexta-feira.
Falta de fiscalização nas empresas de bitcoin
A Coreia do Sul é um dos países com maior número de centros de câmbio de moeda virtual.

Segundo a Korea Internet & Security Agency, empresa responsável pela investigação na Coinrail, apenas quarto das maiores empresas de câmbio virtual da Coreia do Sul se encontram sujeitas aos requisitos de certificação do Sistema de Gestão de Informação e Segurança (ISMS).

Este sistema garante a proteção de informações pessoais em empresas que registam mais de um milhão de visitas por dia.

As autoridades já alertaram os investidores terem cuidado nos câmbios digitais, dada a falta de fiscalização regulamentar na maior parte das empresas.

“A Coinrail não faz parte do grupo que promove autorregulação para melhorar a segurança de dados. É um interveniente secundário no mercado, pelo que consigo perceber que, mesmo quando se trata de pequenos câmbios, se feitos com baixos padrões de segurança, possam expor a mais riscos”, afirma Kim Jin-Hwa, representante da Blockchain Industry Association na Coreia do Sul.
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