Autarca PS de Aljustrel defende aeroporto de Beja e questiona custos da opção Montijo

por Lusa

O autarca socialista de Aljustrel, no Alentejo, enviou esta semana uma carta aberta ao primeiro-ministro em que questiona os custos de uma nova infraestrutura aeroportuária no Montijo e defende a viabilização do aeroporto de Beja.

"Enquanto presidente de Câmara Municipal de Aljustrel, baixo alentejano e cidadão português, a possibilidade da construção de um aeroporto complementar no Montijo levanta-me sérias reservas", escreve o autarca Nelson Brito.

Na carta aberta, enviada ao primeiro-ministro, António Costa, na terça-feira e disponibilizada hoje à agência Lusa, o presidente da câmara pede esclarecimentos sobre os custos da construção de um novo aeroporto no Montijo, complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

"Considerando que a infraestruturação do Aeroporto de Beja está concluída e que este tem perfil idêntico ao projeto do Montijo, qual será o custo da construção/adaptação de um novo aeroporto", quer saber o autarca de Aljustrel, no distrito de Beja, eleito pelo PS.

E "sabendo-se que, para potenciar o aeroporto de Beja é necessário investir em acessibilidades rodoviárias e ferroviárias complementares, há muito prometidas, não é verdade que essa é igualmente uma indispensabilidade que se coloca na opção Montijo", questiona.

Na missiva, Nelson Brito pergunta se "a viabilização do Aeroporto de Beja não seria uma excelente forma" de passar, "finalmente", as políticas de valorização do interior "do papel para o terreno, dando sequência ao recentemente aprovado Programa Nacional para a Coesão Territorial".

O presidente da Câmara de Aljustrel diz que, no Baixo Alentejo, os habitantes são "tão portugueses como os habitantes de Lisboa, do Porto, de Faro ou do Montijo", defendendo que o aeroporto alentejano deve ser encarado como "causa e efeito do desenvolvimento sustentável" da região.

Esta infraestrutura aeroportuária, argumenta, é "fundamental" para "aproximar mais o Alentejo e Portugal do Mundo" e deve ser operacionalizada porque "existem dinâmicas socioeconómicas em crescendo" na região "que justificam a viabilização", nomeadamente nos setores da agricultura, agroindústria e turismo.

"Cumpra-se, pois, o Aeroporto de Beja. Concretizem-se as ligações rodoviárias e ferroviárias indispensáveis entre a capital do distrito e o resto do país. Faça-se justiça e implemente-se uma verdadeira `Agenda para o Interior` que, finalmente, nos torne a todos portugueses de primeira", reivindica o autarca.

No passado dia 15, o Governo e a ANA - Aeroportos de Portugal assinaram um memorando de entendimento que visa "estudar aprofundadamente" a solução de um aeroporto complementar no Montijo para aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

O aeroporto de Beja, que resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, começou a operar a 13 de abril de 2011, quando se realizou o voo inaugural, mas, desde então, apesar de aberto, tem estado praticamente vazio e sem voos e passageiros na maioria dos dias.

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