A greve convocada para hoje na fábrica da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, teve uma "adesão de 41% do total dos trabalhadores", revelou a empresa em comunicado. Os sindicatos mais representativos na Autoeuropa fizeram um "balanço positivo", mas não comentam os números avançados pela empresa.
"Este compromisso deverá também garantir as encomendas dos nossos clientes para o novo modelo, que requer a laboração contínua em 18 turnos por semana", acrescenta o comunicado.
A empresa frisa ainda a importância de dialogar com uma Comissão de Trabalhadores eleita, “à semelhança das boas práticas da Volkswagen Autoeuropa e do grupo Volkswagen. Até lá, serão ouvidas as partes envolvidas neste processo“.
A eleição da nova Comissão de Trabalhadores está agendada para 3 de outubro.
A greve foi marcada após a rejeição de um pré-acordo entre a administração e a Comissão de Trabalhadores (que apresentou a demissão em julho), devido à obrigatoriedade dos funcionários trabalharem ao sábado, como está previsto nos novos horários de laboração contínua que serão implementados a partir do próximo mês de novembro. A greve na Autoeuropa teve início às 23h30 de terça-feira e termina às 00h00 de quinta-feira.
Os trabalhadores alegam que, além do transtorno que a obrigatoriedade do trabalho ao sábado iria provocar nas suas vidas, a compensação financeira atribuída pela empresa também é muito inferior ao que iriam receber pelo trabalho extraordinário aos sábados.
De acordo com o novo modelo de horários, cada trabalhador iria rodar nos turnos da manhã e da tarde durante seis semanas e fará o turno da madrugada durante três semanas consecutivas, com uma folga fixa ao domingo e uma folga rotativa nos outros dias da semana.Sindicatos fazem "balanço positivo"
Os sindicatos mais representativos na Autoeuropa fizeram um "balanço positivo", mas não avançam com números concretos sobre a adesão.
"Fazemos um balanço muito positivo da greve. A Autoeuropa não produziu um único carro", disse à agência Lusa Eduardo Florindo, do Sitesul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, afeto à CGTP.
"Ficou demonstrada a unidade, a coesão e a solidariedade dos trabalhadores. E isto significa que os trabalhadores estão com os objetivos da convocatória desta greve", acrescentou o sindicalista, que remete para a próxima semana um balanço mais detalhado da greve na Autoeuropa.
Questionado pela agência Lusa, Eduardo Florindo escusou-se a adiantar qualquer número sobre a adesão à greve desta quarta-feira por parte dos sindicatos e também não quis comentar os números avançados pela administração da Autoeuropa, que refere uma adesão de 41% do total dos trabalhadores da empresa.
O ainda coordenador da Comissão de Trabalhadores, Fernando Sequeira, que apresentou a demissão após a rejeição do pré-acordo negociado com a administração da empresa, remete para quinta-feira eventuais comentários sobre a greve na fábrica de automóveis de Palmela.
(com Lusa)