A saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo com Bruxelas apresenta "sérios riscos" para a estabilidade, advertiu esta segunda-feira a Autoridade Bancária Europeia. A instituição apela à preparação de "ações de contingência".
"As empresas não podem dar por garantido que continuarão a operar como o fazem atualmente, nem podem ser apoiadas num acordo político não executado", disse o presidente da ABE, Andrea Enria.
A Autoridade Bancária encoraja as empresas a avaliar não apenas a exposição financeira direta no caso de uma saída repentina do Reino Unido, mas também aspetos como a viabilidade de contratos existentes e o projeto de sistemas de armazenamento e transmissão de informações.
"Se as instituições financeiras concluírem que deixar os mercados é a ação apropriada, devem considerar também como lidar com negócios e contratos existentes, assim como contemplar, em particular, as suas obrigações para com os clientes", realça a ABE.
Embora a entidade reguladora considere que ainda há tempo, os preparativos já deviam ter começado, de modo a "executar as ações de contingência necessárias".
"A ABE está ciente de que as ações necessárias envolverão custos, o que é, no entanto, uma consequência inevitável da saída do Reino Unido da UE. A estabilidade financeira não deve ser posta em risco devido a instituições que tentam reduzir custos", informa o comunicado.