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Banco de Moçambique compara ações de empresa portuguesa a "ataques cibernéticos"

por Lusa

O governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, comparou hoje a "ataques cibernéticos" as ações da empresa portuguesa Bizfirst, que culminaram num apagão da banca eletrónica do país.

"Quando nos apercebemos dos ataques cibernéticos de natureza Bizfirst, dissemos: pensando bem, são coisas de jogo de força entre as partes, a tentar tirar vantagem, e o que fizemos foi instruir os colegas do BM para começar a trabalhar num plano de contingência", referiu Rogério Zandamela.

O governador falava hoje no parlamento moçambicano e fazia alusão a uma série de falhas ocorridas na rede de caixas automáticas e terminais de pagamento da Sociedade Interbancária de Moçambique (Simo), antes de a Bizfirst desligar o sistema, na sexta-feira.

O governador do banco central, que detém posição maioritária na Simo, disse que a empresa que geria o `software` da rede tomou uma "solução nuclear" que demonstra a "instabilidade" da marca portuguesa, que, segundo Zandamela, é uma firma "sem expressão" e tem Moçambique como único cliente.

"Não há possibilidade de renovarmos um contrato com esta empresa. Numa relação de negócios, não se pode tomar uma decisão como esta", acrescentou aquele responsável, assinalando que a escolha que ditou a contratação da Bizfirst vinha de uma gestão anterior do sistema de pagamentos moçambicano.

O novo fornecedor de serviços ainda não é publicamente conhecido e não tem data para o arranque, mas o BM já lhe pediu que acelere o processo para a gestão da rede eletrónica em Moçambique.

"Antes mesmo do apagão, nós já estávamos em contacto com este novo fornecedor e talvez a Bizfirst tenha ficado a saber e este problema seja fruto disso", acrescentou.

"Como é que se explica que o sistema moçambicano esteja na responsabilidade de uma empresa que nem esta", questionou Zandamela, acrescentando que, "em Portugal, por exemplo, as coisas não teriam sido geridas assim. A decisão não teria sido nuclear".

A Bizfirst anunciou em comunicado, no domingo, que os seus serviços foram usados ilicitamente nos últimos dois anos, sem pagamentos, nem respostas às tentativas de resolução do problema - até culminar na suspensão.

Dados oficiais indicam que a rede Simo registava diariamente 465.000 transações internamente e 14.000 externamente, movimentando 600 milhões de meticais (8,5 milhões de euros).

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