BCE mais otimista quanto ao crescimento, mas prudente na inflação

por Lusa

Frankfurt, 14 dez (Lusa) - O Banco Central Europeu (BCE) mostrou-se hoje mais otimista nas previsões de crescimento na zona euro entre 2017 e 2019, mas prudente em relação à inflação.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro deve crescer 2,4% em 2017, 2,3% em 2018 e 1,9% em 2019, quando as previsões de divulgadas em setembro apontavam 2,2%, 1,8% e 1,7%, respetivamente, anunciou hoje o presidente do BCE, Mario Draghi, em conferência de imprensa, após uma reunião do Conselho de Governadores.

"Estamos mais confiantes do que há dois meses", declarou Draghi, que também avançou com uma primeira projeção de crescimento para 2020, 1,7%.

Para Draghi, este ciclo "sólido e dinâmico" dá "razões para estar confiante quanto à inflação", ou seja, que se aproxime de 2%.

O BCE subiu ligeiramente a previsão de evolução dos preços para 2018, passando-a de 1,2% para 1,4%, mas deixou inalteradas as estimativas para 2017 e 2019, as duas em 1,5%.

A instituição avançou, no entanto, com uma previsão de inflação de 1,7% em 2020, o que sugere que a inflação vai levar algum tempo até atingir a meta pretendida.

O importante é "ver a que ritmo a inflação converge" para o objetivo, afirmou Draghi, questionado sobre a debilidade persistente dos índices de preços.

"Continua a ser indispensável um grau elevado de estímulo monetário" para impulsionar a inflação, em particular quando se retiram os preços da alimentação e energia, que são os mais voláteis, disse.

Segundo observadores, o nível de inflação na zona euro traduz a fraca evolução dos salários, apesar da descida da taxa de desemprego.

Draghi tem manifestado, desde o mês de junho, alguma preocupação quanto "à fraca qualidade" dos empregos criados, com salários baixos, salientando que é necessário melhorar a qualidade do emprego.

No comunicado divulgado hoje, pouco antes das declarações de Draghi, o BCE indicou que decidiu deixar as taxas de juro inalteradas e confirmou que a partir de janeiro vai reduzir o programa de compra de ativos destinado a apoiar a economia da zona euro.

O programa de compra de dívida lançado pelo BCE tem um volume mensal de 60 mil milhões de euros até ao final de dezembro e a instituição já tinha anunciado em outubro que o iria reduzir para metade a partir de janeiro de 2018.

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