BCE pode alargar compra de dívida na reunião de hoje

por Lusa
Kai Pfaffenbach - Reuters

O Banco Central Europeu (BCE) pode reforçar hoje o seu programa de emergência destinado a limitar, com a compra de dívida, o impacto económico da crise causada pela pandemia de covid-19.

Após uma série de medidas extraordinárias adotadas em março, a instituição referiu em abril que estaria preparada para fazer mais para conter uma crise "inédita em tempos de paz".

Segundo analistas, agora será a hora de agir de novo e isso deve ser feito através do programa de compra de ativos PEPP, que prevê a compra de dívida no valor de 750 mil milhões de euros até ao final do ano.

Atualmente, o BCE tem feito essas aquisições a uma média de 26,5 mil milhões de euros por semana e se continuar a este ritmo "acabará por esgotar o envelope total no início de outubro", prevê Andrew Kenningham, da Capital Economics, citado pela AFP.

O economista considera que a instituição de Frankfurt poderá acrescentar "no mínimo" 500 mil milhões de euros ao PEPP, uma previsão que é partilhada por outros analistas.

O programa deverá também ser prolongado "até setembro de 2021", acrescenta Frederik Ducrozet, da empresa de serviços financeiros Pictet Wealth Management.

Na reunião de hoje, o BCE deve discutir ainda a questão da repartição das suas compras, segundo a participação de cada Estado-membro no seu capital, segundo Fritzi Köhler-Geib, economista da KfW.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, divulgará novas previsões macroeconómicas até 2022, com uma avaliação mais ampla da dimensão da crise.

Na semana passada, Lagarde tinha antecipado um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro entre 8% e 12% este ano, antes de uma recuperação cuja evolução é ainda incerta.

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